Dois golos em três minutos na primeira parte permitiram ao FC Porto materializar a superioridade ante o Tondela e encaminhar a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira, no Estádio Municipal de Aveiro. É a 23.ª da história dos dragões, que reforçam o estatuto de maior vencedor na prova, depois do triunfo por 3-0.

A Supertaça foi de um “Super-Taremi”. O iraniano abriu e fechou o marcador e esteve, pelo meio, na origem do golo de Evanilson.

O FC Porto foi da teoria à prática no assumir da supremacia perante a equipa orientada por Tozé Marreco e fez por justificar o triunfo, numa noite em que teve uma grande - e agradável - surpresa no onze inicial, o inglês Danny Loader, que jogou perto dos autores dos golos num 4x3x3 dinâmico, variável e com riqueza tática. Uribe foi o homem mais recuado no terreno, apoiado mais à frente por Grujic e por um Pepê endiabrado e móvel, que várias vezes desequilibrou as marcações adversárias.

Já com o 2-0, o FC Porto aliou o resultado e o controlo no jogo a algum domínio na segunda parte, tornando o desfecho certo com o 3-0 a oito minutos dos 90. Ainda não está tudo bem, é certo. Porém, a equipa de Sérgio Conceição mostrou aspetos interessantes no seu futebol - sobretudo ofensivamente - no duelo que permitiu a primeira conquista de 2022/23, antes do início da defesa do título nacional ante o Marítimo, no Dragão, daqui a uma semana.

Já o Tondela, sem caras novas, teve um onze aproximado às principais referências da época passada e teve também coragem para olhar o jogo cara a cara com o FC Porto. Sai de pé, como provou a ovação dada pelos adeptos após o apito final e antes da entrada na II Liga. A equipa correu, batalhou, defendeu, teve Niasse inspirado na baliza mas, contas finais, acabou por sucumbir na estratégia do primeiro golo, nascido de um canto, bem como na vontade e crença de Evanilson que resultaram no segundo golo. Depois, já foi difícil recuperar no marcador, que nunca esteve verdadeiramente em causa, por mérito e competência do FC Porto.

Os primeiros minutos mostraram um Tondela com a certeza de querer lutar por um título inédito, tal como há dois meses no Jamor. Telmo Arcanjo deu um primeiro aviso, mas o duelo mais entusiasmante aconteceu, mais do que uma vez, na outra baliza. Danny Loader foi aparecendo para mostrar serviço e tentou o golo por três vezes até à meia-hora. Niasse, em duas delas, fez notáveis intervenções. Pelo meio, Evanilson e Uribe também viram o senegalês tornar-se um dos protagonistas.

E se em boa parte o 0-0 se mantinha até ao minuto 30 devido a Niasse, a dupla atacante que bem se entendeu em 2021/22 para ajudar o FC Porto à «dobradinha» apareceu num ápice para colocar o resultado em 2-0. Primeiro, após um canto na esquerda, Evanilson desviou de cabeça ao primeiro poste e Taremi encostou de pé direito ao segundo, sem marcação, para o 1-0. O 2-0 teve inversão de papéis: Taremi recebeu à entrada da área, “furou” entre três oponentes e desviou para o poste, com Evanilson a ser mais rápido do que Niasse para assinar o 2-0.

O brasileiro, contudo, saiu agarrado à perna direita e acabou rendido por Toni Martínez numa segunda parte em que o FC Porto, sem ser tão incisivo, acabou por ser superior perante um Tondela que teve outras coisas com a entrada de Rafael Barbosa, mas também um dragão competente a defender quando foi preciso. Exemplo disso foi o belo desenho após um canto de Barbosa, cortado por Pepe na sequência de um desvio de Daniel dos Anjos que levava a bola para um golo certo de Jota (56m).

Já com Eustáquio e Galeno em campo e sem Grujic e Loader, o FC Porto sentenciou a Supertaça com o bis de Taremi, num lance bem combinado com Toni Martínez, que arrastou um defesa enquanto Taremi passou no meio de dois adversários para ficar com espaço na cara de Niasse.