A figura:

Júlio César

O «Imperador» está aí para a luta. Parecem completamente ultrapassados os problemas físicos que o afastaram da equipa na segunda metade da época passada. A solidez que demonstra deixa a equipa e os adeptos tranquilos. Na fase em que o Sp. Braga esteve melhor, esbarrou sempre na segurança do guardião brasileiro. E foi aí que o Benfica construiu a base para a conquista da Supertaça, que seria, depois, abrilhantada por outros protagonistas.

O momento:

Rafa atira a Supertaça às malhas laterais (68 minutos)

O jogo mostrava um ligeiro ascendente do Sp. Braga na partida, mas os esforços arsenalistas iam esbarrando na muralha erguida por Júlio César. Até que, aos 68 minutos, Marafona lançou uma ofensiva que apanhou toda a equipa do Benfica descompensada, Rafa surgiu veloz, ultrapassou Júlio César só que depois, com a baliza totalmente à mercê, atirou às malhas laterais. O extremo ficou de mãos na cabeça. O Sp. Braga suspirou. E, pouco depois, o Benfica decidiu a Supertaça com o golo de Jonas.

Negativo:

Confrontos logo a abrir

O jogo e, naturalmente, a época tinham acabado de arrancar quando se registou o primeiro momento lamentável: confrontos entre adeptos. Logo após o golo do Benfica, na bancada destinada aos adeptos do Sp. Braga, uma cena de pancadaria envolveu apoiantes das duas equipas, obrigando a polícia a retirar daquele setor várias dezenas de pessoas. Lamentável.

Outros destaques:

Pizzi

Não estava a fazer um jogo brilhante, mas teve dois pormenores deliciosos, daqueles que valem o bilhete para um jogo de futebol. E, com eles, levou a equipa para a conquista da Supertaça. Depois de uma assistência magistral para o golo de Jonas, coroou a sua exibição com um chapéu que sobrevoou toda a defesa contrária, levando a bola sítio mais desejado. Sublime.

Grimaldo

O lance do golo de inaugural nasce nas «ganas» com que o espanhol ganha sobre Pedro Santos, abrindo espaço para a entrada do companheiro. Aquele que foi uma das figuras da pré-época dos encarnados voltou a mostrar que o campeão europeu, Eliseu, vai ter uma batalha dura para ganhar a lateral-esquerda da equipa de Rui Vitória.

Cervi

Estreia de sonho. O argentino que chegou do Rosário Central com a difícil missão de ocupar a posição de Gaitán demorou dez minutos a mostrar serviço, marcando o primeiro golo oficial da temporada de estreia em Portugal. A forma como o camisola 22 ultrapassou Goiano e Boly, antes de desfeitear Marafona, terá deixado água na boca aos adeptos benfiquistas. Com o avançar da partida foi perdendo fulgor, mas a ovação com que foi brindado no momento da saída mostra que 85 minutos foram suficientes para conquistar a nação benfiquista.

Nélson Semedo

Está de volta o lateral que deliciou as hostes benfiquistas até ser travado por uma lesão. O jovem inicia está época com a intensidade que arrancara na anterior e que nunca conseguira mostrar depois da paragem. As suas subidas voltam a ser preponderantes na manobra ofensiva do Benfica de Rui Vitória.

Jonas

O «pistoleiro» foi (outra vez) letal. Tinha sido o mais aplaudido no anúncio dos jogadores e, aos 76 minutos mostrou a razão de ser tão acarinhado pelos adeptos, marcando o golo da tranquilidade, e abrindo os braços para a conquista de mais um troféu. Quando foi substituído foi brindado com vénias.

Pedro Santos

O camisola 23 do Sp. Braga começou o jogo a ser ultrapassado por Grimaldo no lance do golo de Cervi. Porém, foi o primeiro a recompor-se do mau arranque de toda a equipa, e começou nos seus pés a reação arsenalista. Pedro Santos impôs intensidade no ataque, colocou Júlio César à prova por duas vezes e foi a grande figura da resposta do Sp. Braga à desvantagem, arrancando cruzamentos a que os companheiros não deram o melhor seguimento.

Rafa

O único campeão europeu que se apresentou neste arranque de temporada começou tímido. Demasiado afastado do jogo. E a equipa ressentiu-se desse alheamento de uma das suas principais figuras. Com o correr do relógio, acompanhou o crescimento da equipa e passou a tentar pegar mais no jogo. Porém, nunca atingiu os níveis que dele se esperam. Aos 68 minutos, rapidíssimo, ultrapassou Júlio César e depois, com a baliza escancarada, atirou às malhas laterais, falhando a melhor oportunidade para a sua equipa chegar ao empate.