Se os heróis da Taça são aqueles jogadores dos clube mais pequenos que, com golos, ajudam a derrubar os chamado «gigantes», então, esta estória é sobre um... anti-herói. Neste caso sobre um jogador, de um denominado grande, que contribuiu para fazer prevalecer a lógica, pese o eventual travo a injustiça para o Cesarense. O golo de Amaury Bischoff é para aqui chamado, neste caso, por ter significado um grande momento de futebol.

Mesmo em cima dos 120 minutos, o luso-francês, que continua à procura da afirmação em Coimbra, arrancou um tremendo pontapé, na cobrança de um livre directo, e evitou a caminhada para as grandes penalidades, quiçá a eliminação da Académica da Taça de Portugal. Um momento sublime, festejado quase com raiva pelo médio, como que a dizer: estou aqui!

«É sempre bom, para qualquer jogador, poder fazer golos, até porque eu tenho marcado por todos os clubes onde passei [faltava pela Académica] e isso dá-me mais confiança para o futuro, mas não posso esquecer que tenho toda uma equipa por trás de mim. Não se tratou da qualificação do Amaury Bischoff mas da Académica», refere o jovem médio ao Maisfutebol.

Diego e Fabregas como mestres

O golo, afiança, não foi obra do acaso. «Sempre gostei de treinar livres e, quer no Arsenal, quer no Werder Bremen, ficava muitas vezes até mais tarde a batê-los na companhia de grandes jogadores. Houve um que me inspirou bastante, o Diego. Em 10, conseguia meter uns sete ou oito na gaveta. Era impressionante. Depois, já em Londres, treina-os com o Fabregas, que já tem outro estilo. Como colegas destes, só podemos aprender e progredir», conta, entusiasmado, o camisola 10 dos estudantes.

Sem esconder as saudades desses tempos em que convivia com grandes nomes do futebol mundial, Bischoff acredita que ainda pode, durante os pouco mais de seis meses que lhe faltam de contrato com a Briosa, provar que merece ser opção regular para Jorge Costa: «Passei cinco anos a tratar por tu alguns dos maiores jogadores da Europa e se estive nesses clubes é, certamente, porque tenho qualidade. Estou cheio de vontade de jogar e ajudar a equipa. Sei das minhas potencialidades e acredito que posso ser útil. Vou continuar a trabalhar para mostrar ao treinador que pode confiar em mim e não estou aqui para passar férias.»

Amaury Bischoff foi um dos jogadores que voltou esta segunda-feira ao trabalho na Académica, num treino em que o único ausente foi Sissoko, novamente chamado à selecção de sub-20 da Costa do Marfim. Esta semana marcará o regresso da equipa ao Estádio Cidade de Coimbra, agora equipado com um novo relvado. É possível que o plantel experimente o tapete verde nesta quarta-feira, uma vez que há jogo na sexta, com o Nacional.

Jorge Costa deverá promover algumas alterações no onze, sendo de esperar os regressos do capitão Orlando, para o lugar de Luiz Nunes, que se estreou em jogos oficiais esta época no último domingo, de Nuno Coelho, em vez de Pape Sow, e de Sougou para substituir Laionel.