Tarde tranquila no Estádio do Bessa, com um ligeiro travo a Taça, que permite ao Boavista seguir para a sexta eliminatória da competição. O Penalva do Castelo, digno adversário vindo da série C da II Divisão, ainda conseguiu marcar um golo no início da segunda parte e esteve muito perto de empatar, mas a equipa da casa marcou dois golos muito cedo e só teve de gerir os ritmos ao longo da partida, até que acabou com as dúvidas no último quarto de hora da partida.
Jaime Pacheco não facilitou e fez poucas mexidas no onze habitual, inovando com a colocação de dois pontas-de-lança (Fary ao lado de Linz) e oferecendo ao guarda-redes Peter Jehle a oportunidade de se estrear a titular. De resto, apenas alterações de pormenor, com Essame e Hélder Rosário no banco. Foi contra este conjunto forte que os penalvenses tiveram de se bater, dando uma réplica interessante considerando a diferença de patamares competitivos.
Após uma fase de análise mútua, sempre em passo muito lento e perante cerca de dois mil espectadores, que se fizeram notar quase sempre pelo meio milhar de adeptos que viajaram desde a Beira Alta, surgiu o primeiro golo. Foi aos 17 minutos que Zé Manel apontou um canto na direita e descobriu Cissé na área, cabeceando para o fundo da baliza; quatro minutos depois novo cruzamento para a área, mas da esquerda e por Nuno Pinto, com Fary a rematar em cheio para o 2-0.
A superioridade boavisteira crescia e dava a sensação de que o jogo estava decidido, mas não sem que alguma ponta de emoção fosse levantada. Paulo Listra ameaçou com dois remates fortes no primeiro tempo que não passaram muito longe da baliza de Jehle, mas viria a bater o guarda-redes contrário na marcação de uma grande penalidade que castigou falta de Lucas sobre Lopes logo sete minutos do segundo tempo.
Sensação de surpresa
O médio do Penalva não desperdiçou a oportunidade de reduzir a desvantagem, rematando colocado para o 2-1. Os quinhentos adeptos gritaram e acreditaram ainda mais quando Marco Pereira, de livre, obrigou o guarda-redes internacional pelo Liechtenstein a efectuar uma defesa apertada e quando Tó-jó viu Fary evitar o golo do empate em cima da linha de baliza. Mas as «baterias» esgotaram-se, esfumando-se a hipótese de surpresa.
Sem conseguir chegar ao empate no «forcing» realizado no início da segunda partee, o Penalva deixou-se enredar na teia montada por Jaime Pacheco, que retirou os muito apagados Linz e Grzelak para fazer entrar os bem mais irrequietos Hugo Monteiro e Marcos António. O resultado destas mexidas apareceu aos 77 minutos, com Fary a apontar o 3-1 na sequência de novo cruzamento de Zé Manel, mas na esquerda, com o avançado a cabecear para o fundo da baliza.
FICHA DO JOGO
Estádio do Bessa
Árbitro: Hugo Miguel (Lisboa)
Assistentes: André Cunha e Nuno Roque
BOAVISTA: Peter Jehle; Lucas, Ricardo Silva, Cissé e Nuno Pinto; Tiago e Kazmierczak; Zé Manel, Fary (Essame, 81m), Linz (Marcos António, 54m) e Grzelak (Hugo Monteiro, 63m).
Treinador: Jaime Pacheco
Não jogaram: William, Paulo Sousa, Fernando Dinis e Hélder Rosário
PENALVA DO CASTELO: Nuno; Gamarra, Sérgio, Rogério e Mário Pedro (Beto, 68m); Marco Pereira, Gilberto Silva e Paulo Penetra; Paulo Listra, Tó-jó (Vaz Pinto, 81) e Lopes (Roberto, 75).
Treinador: Carlos Agostinho
Não jogaram: Tó, Egipto, Lipinho e Pote.
Ao intervalo: 2-0
Marcadores: 1-0, Cissé (17m); 2-0, Fary (21m); 2-1, Paulo Listra (53m); 3-1, Fary (77m).
Acção disciplinar: cartão amarelo Lucas (52m) e Mário Pedro (67m).