Moreira, herói inesperado

Quando pendurar as luvas e levar os filhos à sala de troféus do Benfica poderá apontar para esta Taça da Liga e dizer: Esta eu ajudei muito a ganhar!. Passa ao lado de mais uma época no Benfica, mas, nesse apagão que vive, arranjou uma chama para lembrar aos adeptos que continua no plantel. Passou de surpresa no onze a herói do triunfo, ao segurar o penalty de Manuel José, que daria, na altura, o empate ao P. Ferreira. Deu as asas que a águia precisava para voar sobre o castor. Voltou a negar o golo a Manuel José na segunda parte, agora de bola corrida, e também teve tempo para brilhar a remate de David Simão. Por um jogo, deixou de ser personagem de terceira para se assumir como herói de primeira.

Fábio Coentrão, desbloqueou

A raiz da solução para o que poderia ser um problema. Se a ressaca da derrota com o F.C. Porto fosse demasiado prolongada, o Benfica poderia passar mal. O melhor remédio, portanto, seria atacá-la. Foi o que fez Fábio Coentrão. Encarou Baiano, tentou um túnel, beneficiou de um ressalto e colocou a bola na cabeça de Jara. Estava desbloqueado o encontro. Subiu no terreno com a entrada de César Peixoto, numa fase em que o discernimento já não era o melhor.

Jara, um flanqueador com cabeça

Se Coentrão inventou o primeiro golo, o argentino teve cabeça para o concretizar. Não era difícil sublinhe-se. Jesus preferiu Jara a Peixoto para dar maior pendor ofensivo à equipa no jogo pelos flancos. Mas o argentino acabou por estar mais em destaque quando surgiu no miolo. Marcou, como se disse, e voltou a cabecear com perigo já perto do intervalo.

Maxi Pereira, uma mancha e muito suor

Exibição manchada pelo lance da grande penalidade, onde foi enganado por Pizzi e não resistiu a usar o braço para o travar. Antes e depois desse lance evitável tentou ser o Maxi do costume. Muita luta, muito suor, para evitar as lágrimas. O Benfica privilegiou o ataque pela esquerda e o uruguaio perdeu com isso, mas, quando foi chamado a intervir fê-lo, quase sempre, bem.

Cardozo, por onde anda?

A meio da temporada passada, Jorge Jesus, confrontado com alguma apatia de Cardozo, disse que, por vezes, é preciso dar um safanão no paraguaio. Ora, se é assim, o melhor é encontrar rapidamente um meio de o abanar. Passou ao lado de mais um jogo, provando que atravessa um mau momento de forma. Já se sabe que não se podem esperar grandes correrias ou momentos de extremo virtuosismo. Mas o «Tacuara» costuma responder com golos. Por estes dias, nem isso...