David Simão: patrão, qual patrão?

Quando se questionar o empenho de jogadores emprestados frente ao real «patrão» será preciso analisar o que produziu David Simão. Não sendo rápido, tem uma qualidade técnica acima da média que, quando foi possível usá-la, criou alguns danos. Lançou, por exemplo, Manuel José com mestria nas costas da defesa encarnada, logo de início, num lance que viria a ser desperdiçado por Maykon. Mas, na retina, fica a excelente jogada individual no segundo tempo, quando tirou três rivais do caminho e obrigou Moreira a uma das defesas da noite.

Manuel José, barrado por Moreira

A exibição do capitão pacense ficaria sempre manchada pelo penalty desperdiçado. Seria a bóia da esperança dos homens da Capital do Móvel, mas Manuel José não a conseguiu atirar para águas seguras. E o duelo com o guarda-redes português teve novo capítulo na segunda parte, de novo favorável ao benfiquista. Há noites assim.

Leonel Olímpio, nos limites

É um médio de processos simples, mas com complexas acções. Não inventa, é certo, mas deixa dúvidas, várias vezes, quanto à dose de energia que coloca nas disputas de bola. Na primeira parte foi assim que deixou Aimar estatelado. Ainda assim, tentou ser inteligente no miolo e ainda reclamou protagonismo com remates de longa distância. O problema é que nunca levaram perigo.

Rondon, carraça pacense

É um chato. No bom sentido, claro está. Não dá nenhum lance por perdido, pressiona nos limites do razoável e obriga a atenções redobradas. Com ele, não há descanso e Luisão sabe disso. Talvez tenha sido esse o pensamento que lhe toldou o gesto quando pressentiu o venezuelano nas costas e acabou por atirar para a própria baliza.

Maykon, sempre a subir

Começou o jogo com uma perdida incrível, quando podia ter feito bem melhor. Por isso, sabia que, fizesse o que fizesse, dificilmente não melhoraria. Assim, ganhou confiança, agigantou-se, tentou ser dínamo pela esquerda e acabou o encontro como um verdadeiro extremo, quando o Paços tinha em campo Pizzi, Caetano, Rondon e Nélson Oliveira. Sinal de ambição dos «castores», mas também uma amostra da coragem do brasileiro.