O Nacional da Madeira venceu o Estoril com um golo de Claudemir, da marca de grande penalidade, num jogo entretido que ficou irremediavelmente sentenciado quando Marco Silva viu dois jogadores receberem ordem de expulsão.

Sem quaisquer hipóteses de passar à fase seguinte, Manuel Machado aproveitou e embate com o Estoril, que ainda podia sonhar com o apuramento, para obvservar alguns jogadores menos utilizados. Embora as mexidas se tenham estendido a todos os sectores, o quarteto defensivo foi com o principal visado onde se incluíram os estreantes Crespo e Campos.

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A verdade é que os meninos até deram conta do recado, na medida em que não permitiram grandes oportunidades aos homens mais adiantados do Estoril. E o primeiro sinal de perigo no jogo até saiu dos pés de outro produto da «cantera» madeirense: o tiro de Jota encontrou Renan atento a negar o golo.

Os Estorilistas, que dependiam que do uma eventual escorregadela do FC Porto, não conseguiam penetrar no último reduto insular e, por isso, a resposta saiu de uma bomba do pé canhoto de Tiago Gomes para uma defesa por instinto de Gottardi.

O lateral esquerdo, que também não costuma ser opção inicial de Marco Silva, era mesmo o elemento mais activo dos canarinhos e foi novamente da sua chuteira que saiu o cruzamento para Pedro Henrique cabecear por cima da baliza madeirense.

A importância de ter um maestro

À medida que os minutos foram passando, o Estoril, com mais posse de bola, comandava as operações, instalado no meio campo insular, mas o Nacional sempre que se chegava à frente causava algum embaraço. Até ao final da primeira parte, os principais lances dos madeirenses tinham um denominador comum: Isael.

O maestro da equipa de Manuel Machado assinou dois remates plenos de intenção que só não deram em golo porque o guarda-redes dos canarinhos disse sempre presente. Ainda assim, o melhor voo do guardião estorilista surgiu na sequência de um cabeceamento de Diogo Coelho ( a passe de Isael, quem mais) que valeu a melhor fotografia da tarde aos repórteres presentes no Estádio da Madeira.

Um mal nunca vem só

As mudanças em ambas as equipas retiraram acutilância e dinâmica ao jogo e, por isso, o jogo podia ser rasgadinho até final. No entanto, cedo começou a desenhar-se a vitória dos insulares quando Bruno Moreira fugiu a toda a gente e, no interior da área, foi derrubado por Pedro Henrique (expulso) em lance para grande penalidade. Da marca do castigo máximo, Claudemir colocou os madeirenses em vantagem.

A sabedoria popular é eterna e diz que um mal nunca vem só. E a verdade é que, poucos minutos depois de ter ficado em dupla desvantagem (numérica no marcador), Dieguinho fez falta para segundo cartão e recebeu ordem para ir para o duche. Antes, Gerso ainda tinha tido o golo do empate nos pés mas deu de caras com um atento Gottardi.

Marco Silva ainda compôs o meu campo, com a entrada de Gonçalo Santos, mas, mesmo com nove elementos, a equipa da Linha nunca tirou os olhos da baliza adversária, embora com muitas limitações reconheça-se. Já o Nacional podia ter ampliado a vantagem, mas Bruno Moreira, ora de cabeça ora com o pé, teimava em não acertar com as redes de Renan.

Sem ambições na prova, ambos os treinadores têm uma satisfação comum: há jogadores que não são habitualmente titulares com muita qualidade. É um sinal de esperança para o futuro.