O Benfica garantiu o segundo triunfo em Vila do Conde, no espaço de quinze dias. Carlos Martins e Di María, com serventia de Cardozo em dose dupla, garantiram o primeiro lugar no Grupo C e consequente apuramento para as meias-finais da Taça da Liga (1-2). Jogo resolvido na etapa complementar, na despedida vila-condense da competição.
O Rio Ave reagiu à primeira desvantagem, num castigo máximo contestado pelos encarnados, e esteve perto do 2-1. Moreira, com uma defesa soberba, negou o golo de Chidi e lançou o ataque. Pouco depois, festa benfiquista, redes a balançar por obra e graça de Di María. Kardec, estreante reforço de Inverno, viu o ferro negar-lhe por duas vezes o primeiro tento em Portugal.
Um losango a dois
Jorge Jesus apresentou três novidades no onze do Benfica, sem desmontar a estrutura que tem garantido interessantes resultados ao longo da temporada futebolística. Quim por Moreira, César Peixoto por Fábio Coentrão, Ramires por Carlos Martins. Nomes diferentes, idêntica força.
O Rio Ave, privado do seu abono de família (João Tomás), reinventou-se enquanto equipa, reproduzindo o losango encarnado no sector intermediário. Vilas Boas fazia de Javi Garcia, Tarantini de Martins, Vítor Gomes era um Di María sem pé esquerdo, Adriano ansiava ser um Aimar. Interessante no papel, pouco dinâmico no rectângulo de jogo.
Sobravam Bruno Gama e Chidi para as despesas ofensivas da formação vila-condense, com o apoio incansável dos laterais. João Tomás foi operado, Fogaça está no estaleiro, Nélson Oliveira e Bruno Moraes chegaram agora. Carlos Brito não tem soluções.
Intervalo voltou a agitar o jogo
Os benfiquistas, os indefectíveis benfiquistas do Norte, voltaram a formar uma onda encarnada em Vila do Conde, tal como havia sucedido no jogo da Liga. A bancada visitante foi preenchida com entusiasmo, euforia perante o momento encarnado. O público da casa dobrou a parada, dando outro colocado a uma Taça da Liga que nem sempre atrai os adeptos.
A 9 de Janeiro, Saviola derrubou a interessante resistência do Rio Ave ao minuto 48. A partir daí, só deu Benfica. Desta vez, duas semanas depois, com dois minutos de atraso, foi Carlos Martins a desfazer o nulo, novamente após uma etapa inicial repartida mas sem golos.
Um Machado na lógica do encontro
A história nem sempre se repete. Na reedição do duelo, a equipa da casa soube recuperar do trauma e regressar à partida. Cosme Machado assinalou um castigo máximo e Bruno Gama restabeleceu a igualdade (55m).
O árbitro da Associação de Futebol de Braga motivou protestos encarnados, em dois lances na grande área. Na primeira parte, Cardozo levantou a bola e esta parece embater no braço do Gaspar. Benefício da dúvida para o juiz da partida. Na mesma área, na etapa complementar, David Luiz fez um corte muito arriscado, por trás, sobre Tarantini. O brasileiro ainda terá tocado na bola, mas Cosme Machado considerou que nem esse facto serviria para justificar a entrada desenfreada do brasileiro.
Benfica reage à pressão
De repente, com a matriz de resultados desfavorável, o detentor da Taça da Liga via-se perto da porta da saída da competição. F.C. Porto e Académica estavam na frente, no Grupo A, e subiam a fasquia do melhor segundo classificado.
Os jogadores do Benfica, mesmo alheados desta realidade, pisavam no acelerador e montavam o cerco a Mora. Chidi ainda viu Moreira fazer a defesa da noite, a um quarto-de-hora do fim, mas a tendência era encarnada. No lance seguinte, Cardozo volta a provar o seu altruísmo, isolando Di María para o golo da vitória. Tempo para o estreante Kardec bisar em remates ao poste!