As alterações no Sporting foram ténues dentro de campo. Tiago por Patrício, Mendes por Maniche e Grimi por Evaldo, esta talvez a mais visível porque o argentino esteve longe demais do brasileiro. Por isso, nem se pode justificar a apatia leonina por uma revolução que amolecesse em demasia a equipa. Houve, sim, muita gente a entrar em depressão entre sábado e quinta-feira. O moral ficou visivelmente afectado depois do desaire com o Paços e disso quase se aproveitava o Penafiel.
No primeiro tempo no José Alvalade ninguém teve mais ideias que Michel. O dez do Penafiel tratou a bola como mais ninguém em campo e isso fez com que os visitantes, co-líderes nesta Taça da Liga antes do encontro, viessem discutir o resultado. Faltou a Michel alguém que finalizasse as ideias que lhe saíam dos pés.
Estava-se a assistir a uma partida lenta, aqui e ali com um ou outro lance mais bem delineado e de maior perigo, mas sem se perceber que o factor decisivo já tinha acontecido, lá atrás, no minuto seis, quando William, guarda-redes do Penafiel se lesionara.
Entrou Márcio Ramos, um rapaz formado pelos leões, mas que, pelos vistos, não vê muitos jogos do Sporting, para fazer o que fez à frente de Liedson. O 31 serviu João Pereira e o Sporting estava a vencer, depois de duas bolas nos ferros. Ainda vinham lá outras...
Um penalty legalmente aceitável
Antes do segundo tempo, um golo anulado ao Penafiel. Bem, diga-se, pois Vagner estava mesmo fora-de-jogo. Depois, no reatamento, novos casos para se ajuizar. Pelo meio, um futebol quase de nada, ou seja, boas intenções, tentativas, mas boas execuções nada. Aliás, basta recordar o AO MINUTO para perceber que só aos 63 Alvalade se levantou.
E ergueu-se para o protesto. Uma reclamação para pedir grande penalidade sobre Valdés, tocado de forma ligeira por um defesa, mas que Duarte Gomes entendeu não ser o suficiente para derrubar o chileno. Ora, Valdés entrava em acção e rematava ao poste. Sim, o ferro voltou a aparecer, tal como o chileno, que fez o 2-0 num penalty legalmente aceitável. Liedson foi carregado na área e o 15 dos leões marcou golo. Mas na área não há lei da vantagem e a Justiça é cega sobre o que a Moral apregoa na zona de decisão. Ainda assim, foi apenas o adiamento de um golo que tranquilizou Alvalade.
O ferro que os julga
Acabou aí qualquer dúvida sobre o vencedor, mas não acabou o jogo. Paulo Sérgio fazia nova alteração e, «sempre na brecha, sempre à procura» como diz que o seu Sporting tem de jogar, o leão fez o terceiro, num grande golo de Zapater. Já se viam alguns sorrisos em Alvalade.
Ali, no remate do espanhol, o Adamastor leonino apareceu de novo. O técnico diz que, muitas vezes, os treinadores são julgados pela bola que bate na trave e ou entra ou não. Desta vez entrou, e o Adamastor do Sporting em campo, o ferro, por uma vez deixou a equipa com alguma serenidade. Zapater deu a tranquilidade total ao bisar e a viagem à Madeira, para jogar com o Marítimo, vai ser feita com outro ânimo certamente.
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Taça da Liga: Sporting-Penafiel, 4-0 (destaques)