O Marítimo venceu esta noite em Guimarães e adiou as decisões para a última jornada: a 4 de Fevereiro, na Luz, vai saber-se quem segue em frente. O V. Guimarães, esse, ficou definitivamente afastado da continuidade em prova, numa noite que trouxe poucas boas notícias.

A pior delas foi a derrota, claro, mas é impossível ignorar a falta de adeptos no D. Afonso Henriques. Mesmo com atenuantes óbvias, sobretudo pelo muito frio que se faz sentir neste Janeiro gelado, é impossível não notar aqui um certo divórcio entre umas das assistências mais fiéis e a equipa.

«Jogo na Luz é uma final e tudo pode acontecer»

Curiosamente a equipa até vinha de duas vitórias consecutivas na Liga. Mas nem isso serviu para sossegar os espíritos inquietos dos adeptos. O resultado foi um estádio com cerca de duas centenas de espectadores e três bancadas fechadas. Desolador, portanto. No relvado, o futebol ressentiu-se.

O jogo caminhou sofrido, lutado e monótono. Uma ou outra ocasião de golo ia arrancando reacções das bancadas, mas muito pouco. O V. Guimarães até fez mais remates no primeiro tempo, mas foi o Marítimo que ficou mais perto do golo: Pouga, por duas vezes, não teve arte para marcar.

A formação de Rui Vitória, que apenas fez alinhar dois habituais titulares (Alex e El Adoua), respondeu num remate de Faouzi às malhas laterais. Foi tudo o que a primeira parte trouxe, apesar das boas intenções. No final era claro também que o V. Guimarães tinha tido mais bola e o Marítimo melhores ideias.

No regresso dos balneários, chegaram também os golos. Antes disso, porém, Pedro Martins mudou a face do ataque: tirou Benachour, Heldon e Pouga, lançou Tchô, Danilo Dias, Ibrahim. Curiosamente foram estes três jogadores que criaram o primeiro golo, marcado por Tchô num desvio oportuno.

Rui Vitória: «Derrota não tira tudo bom que fizemos»

Antes disso o árbitro já tinha anulado um golo a Defendi por fora de jogo e Soudani já tinha visto Salin roubar-lhe o golo. O V. Guimarães, aliás, mantinha mais bola, mas o contra-ataque do Marítimo era fulminante. Voltou a sê-lo, aliás, aos 87 minutos, quando Felício assistiu Danilo Dias para o segundo golo.

O Marítimo garantia assim a vitória e garantia também seis pontos em dois jogos. A equipa de Pedro Martins aproveitou as alterações introduzidas pelo técnico para capitalizar a maior tranquilidade que coloca no futebol. Já Rui Vitória, por outro lado, viu todas as alterações serem assobiadas.

Ficha de jogo:

Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães

Espectadores: cerca de 500

Ao intervalo: 0-0

Árbitro: Jorge Sousa (Porto)

Assistentes: Bertino Miranda e José Ramalho

Quarto árbitro: Jorge Ferreira

V. GUIMARÃES: Douglas; Alex, Defendi, Freire e Bruno Teles; Pedro Mendes e El Adoua (Leonel Olímpio, 54m); Faouzi (Paulo Sérgio, 75m), Barrientos e Targino (Toscano, 54m); Soudani.

Suplentes não utilizados: Serginho, Anderson Santana, Nuno Assis e Edgar.

Treinador: Rui Vitória

MARÍTIMO: Salin; João Diogo, Robson, Roberge e Gonçalo Abreu; Hassan, João Luiz e Benachour (Tchô, 63m); Heldon (Danilo Dias, 73m), Pouga (Ibrahim, 66m) e Fábio Felício.

Suplentes não utilizados: Ricardo, João Guilherme e Fidelis.

Treinador: Pedro Martins

GOLOS: Tcho (76m) e Danilo Dias (87m).

Disciplina: Cartão amarelo para Gonçalo Abreu (28m), Targino (52m), Defendi (84m), Leonel Olímpio (89m) e Fábio Felício (89m).