O Sporting iniciou a defesa do título na Taça da Liga com uma vitória, em Alvalade, sobre o Marítimo, à partida o adversário mais exigente do Grupo D que conta ainda com o Feirense e o Estoril. Um jogo de múltiplas estreias: Raphinha estreou-se a marcar, Jovane Cabral estreou-se como titular, enquanto Gudelj e Diaby somaram os primeiros minutos de leão ao peito. A equipa de José Peseiro ganhou vantagem na primeira parte antes do jogo tornar-se frenético na segunda, logo depois do segundo golo da equipa de Alvalade, com os madeirenses a arriscarem tudo no ataque a proporcionarem um belo espetáculo, com o veterano Danny também em plano de destaque no seu regresso a Alvalade. Um jogo que acabou com um lance feio de Áfrico sobre Wendel que deixou o brasileiro bem mal-tratado. Um jogo que também serviu para dar as boas-vindas ao novo presidente Frederico Varandas que também se estreou com uma vitória.

Confira a FICHA DO JOGO

José Peseiro tinha avisado que ia apresentar a «melhor equipa», tendo em conta as limitações [Viviano, Mathieu, Nani e Bas Dost estão indisponíveis], e a verdade é que o treinador do Sporting não mexeu muito, lançando apenas Bruno Gaspar para o lado direito da defesa e oferecendo a titularidade a Jovane Cabral, deixando ainda os reforços Gudelj e Diaby no banco. Uma opção que até faz sentido, uma vez que os leões não jogaram na última semana e precisam de manter a equipa com ritmo para os desafios que se avizinham na próxima semana como Qarabag, na estreia da Liga Europa, e, logo a seguir com o Sp. Braga.

Um leão que assumiu desde logo a iniciativa do jogo, deixando também desde cedo à vista um desequilíbrio evidente entre as duas alas, com Bruno Gaspar e Raphinha, com o apoio próximo de Bruno Fernandes a conseguirem imprimir uma boa dinâmica no lado direito, em contraste com o lado contrário que quase nunca funcionou, nem a defender, nem a atacar, com Jefferson com muitas dificuldades para conter Bebeto e Correa no seu flanco. Os leões procuravam alargar o jogo a todo o terreno, mas quando a bola caía sobre a esquerda, o jogo engasgava-se.

O Marítimo, por seu lado, entrou no jogo com alguma expetativa, sem correr riscos, mas foi-se soltando, sob a batuta do experiente Danny que ia puxando a equipa para a frente, com os madeirenses a tentar explorar as evidentes fragilidades que os leões apresentavam sobre esse flanco. Mas a verdade é que se o lado esquerdo hesitava, o direito ia dando cartas. Raphinha já tinha avisado duas vezes antes de abrir o marcador aos 26 minutos. Recuperação de Jovane sobre a esquerda, passe para Bruno Fernandes que, à entrada da área, abre mais para a direita para a entrada do jovem extremo que, com um remate enrolado, estreou-se a marcar com a camisola do Sporting.

O caminho estava encontrado, mas o Sporting continuou a encontrar muitas dificuldades para fazer chegar a bola junto a Montero, na área de Charles. A melhor oportunidade surgiu no último lance da primeira parte, na sequência de um canto de Jefferson e uma cabeçada de Coates que fez levantar as bancadas, mas a bola passou ao lado. O Marítimo não deu muito trabalho nesta primeira parte, mas Rodrigo Pinho podia ter aproveitado melhor um desentendimento entre André Pinto e Salin.

Mudança de ritmo na segunda parte e mais três golos

A segunda parte começou com o mesmo cenário, com o Sporting a impor o seu jogo e o Marítimo na expetativa, mas também com um lance polémico. Danny, em posição legal, destacou Rodrigo Pinho que acabou por marcar, mas a verdade é que a bandeirola do auxiliar já estava levantada antes do remate do avançado do Marítimo. Logo a seguir resposta do Sporting no lance que acabaria por dar origem ao segundo golo. Recuperação de Montero junto à linha de fundo, passe para a Jefferson que, por sua vez, lançou Jovane que foi derrubado em falta por Africo. Na conversão do castigo máximo, Bruno Fernandes atirou a contar. Um golo que abanou o jogo de forma bem visível, com um Sporting naturalmente mais tranquilo e um Marítimo bem mais frenético, a impor mais velocidade ao jogo.

Um jogo que se libertou de amarras, com os madeirenses a arriscar tudo e com proveito. Grande passe de Danny a libertar Correa que, apenas com Salin pela frente, reduziu a diferença. Não havia tempo para respirar e os leões, agora com muito mais espaço, recuperaram a vantagem logo a seguir, num lance desenhado e finalizado por Bruno Fernandes. O médio, numa segunda parte em crescendo, tirou dois adversários da frente antes de bater Charles pela terceira vez.

O jogo continuava totalmente aberto, com o Marítimo bem mais disponível para esticar o jogo e o Sporting a multiplicar novas oportunidades junto da baliza de Charles. José Peseiro, certamente já a pensar na estreia com o Qarabag, começou então a gerir, lançando Gudelj, muito ovacionado pelos adeptos, e Wendel e ainda Diaby para a contenda. Os leões tiveram novas oportunidades, com destaque para um livre de Bruno Fernandes, mas o lance acabou com um lance feio. Entrada assassina de Áfrico sobre Wendel, com um golpe karaté, com os pitons no peito do jogador brasileiro que caiu redondo no relvado. O médio ainda se levantou para sair do campo e o jogo acabou logo a seguir.

Fica o registo de um bom jogo de futebol, com uma segunda parte frenética e um Sporting, como Peseiro tinha anunciado, em crescendo. Uma entrada a ganhar também para o novo presidente que assistiu ao jogo na tribuna presidencial, ao lado de outros três candidatos nas recentes eleições.