Na estreia na Taça da Liga, o FC Porto não foi além de um empate diante do Leixões e não conseguiu quebrar a longa maldição de mil dias que cumpriu nesta competição.

A última vitória dos dragões na Taça da Liga foi a 28 de janeiro de 2015 – há exatamente mil largos dias. O equivalente a dizer que as últimas duas épocas saldaram-se por seis jogos sem o FC Porto conseguir qualquer vitória na competição (quatro derrotas e dois empates).

É natural que um duelo entre históricos esteja cheio de histórias. Outra tem que ver com a única vitória do clube de Matosinhos no Estádio do Dragão. Aconteceu faz esta quarta-feira nove anos quando o Leixões venceu os portistas por 3-2, com golos de Bruno China (o único resistente do plantel) e de Braga (2), o que então fez a equipa visitante ascender ao primeiro lugar da I Liga.

A história do momento, porém, é outra. E tem Casillas como protagonista. O espanhol voltou a ficar no banco (desta vez nem soou nos altifalantes do estádio a canção da sua preferência quando a equipa foi para aquecimento, o que não deixa de ser um sinal) e José Sá manteve a titularidade pelo quarto jogo consecutivo e na quarta competição distinta.

TL: FC Porto-Leixões, 0-0: filme do jogo

Esta noite Conceição deixou de lado o 4-4-2, que bom resultado tem dado em casa, e optou pelo 4-3-3, com Galeno, estreia a titular na equipa principal, sobre a esquerda e Hernâni sobre a direita no apoio a Aboubakar.

A aposta não deu resultado. Desapoiado, «Abou» não rendeu e o jogo portista era na primeira parte previsível e facilmente anulável pelas duas linhas de quatro homens dos matosinhenses.

Do outro lado estava um Leixões com ambições de I Liga e líder deste Grupo D. João Henriques optou pelo 4-4-2 (com Bruno Lamas e Breitner na frente) que se desdobrava num arrojado 4-2-4 no ataque.

Ainda assim, foi o FC Porto a criar as melhores oportunidades antes do intervalo, sobretudo por Hernâni, que por umas três vezes visou a baliza de André Ferreira. Ainda assim, a melhor esteve nos pés de Galeno, em estreia como titular pela equipa principal, que aos 14’ apareceu bem na área para atirar por cima, após uma assistência primorosa de Óliver.

Breitner respondeu pelo Leixões, com um livre frontal perigoso, que não passou muito longe da baliza de José Sá (39).

TL: FC Porto-Leixões: destaques

No segundo tempo o FC Porto foi carregando à medida que o cronómetro avançava. Galeno e Hernâni não acertavam e Conceição teve de ir ao banco buscar as pérolas. Conceição mudou para o 4-4-2 (4-2-4 em ataque continuado), Corona e Brahimi entraram para criar espaços pelos flancos, Marega apareceu para finalmente fazer companhia a Aboubakar e dar poder de choque na frente.

O ataque portista passou num ápice a produzir o dobro, a jogar pelas alas, a ter a área povoada e com o Leixões encostado às cordas as oportunidades foram-se sucedendo em catadupa: Corona (73’), Reyes (78’), Marega (86’); todos falharam no coração da área golos cantados.

Em suma: o FC Porto jogou 70 minutos como em 2016/17, quando era orientado por Nuno Espírito Santo, e só 20 com o futebol arrebatador deste início de época.

Vinte minutos é curto para acabar com uma maldição de mil dias. Pelo que o Leixões saiu do Dragão líder do Grupo D (4 pontos em dois jogos) e com os seus mais de dois mil adeptos a cantarem vitória nas bancadas, festejando um nulo que vale muito mais do que zero.