Assentar um projeto em cima de uma base sólida é meio caminho andado para o sucesso. A sentença, que encontra eco em várias áreas da sociedade, não é diferente no futebol. Por isso, o Rio Ave não poderia pedir mais do jogo de Matosinhos, frente ao Leixões, a contar para o Grupo D da Taça da Liga. Entrou bem, marcou cedo, dominou, controlou. Fez do jogo o que quis, no fundo. Partiu de uma boa entrada para uma saída feliz de 2015. Ganhou (1-2) e igualou o Sp. Braga na frente do grupo.

O golo de Kayembe, logo aos 4 minutos, foi, em parte, consentido pela defesa leixonense, que demorou uma eternidade a tirar a bola da zona de perigo, mas nem surgiu no primeiro lance ofensivo dos homens de Pedro Martins. Antes de marcar já tinham ameaçado, o que diz muito do que foi o início de jogo.

O técnico vila-condense rodou a equipa, apostando numa defesa nova (até Rui Vieira foi titular na baliza) e em homens como Kizito ou Krovinovic para o apoio ao ataque. Era dia de teste para vários, mas a melhor resposta foi de Kayembe, forte candidato ao lugar que foi de Marvin Zeegelar, agora leão, na primeira metade da época.

Não só pelo golo, bonito, num remate ao ângulo à entrada da área. Sobretudo pelo que agitou. Com técnica e velocidade, foi o principal impulsionador do ataque verde e branco, com uma prestação deveras superior a Guedes e Krovinovic, companheiros de tridente.

Guedes, então, esteve particularmente infeliz. Não só porque falhou uma grande penalidade ainda com o resultado em 1-0, mas também pela perdida incrível no segundo tempo, atirando ao lado a um metro da baliza aberta.

Do lado do Leixões. Pedro Miguel colocou em campo um onze multicultural, com nacionalidades tão distintas como a iraniana, chinesa, gabonesa ou ucraniana. A diferença de andamento para uma equipa de Liga, melhor dizendo, da primeira metade da Liga foi evidente desde cedo.

Aliás, o único sinal de perigo leixonense no primeiro tempo veio em cima do intervalo, num desvio do senegalês Niang ao primeiro poste, que não passou longe.

Nessa altura, já o Rio Ave vencia por 2-0, num segundo golo de bola parada, a meias entre Tarantini e um defensor local.

RECORDE O JOGO AO MINUTO

Quanto ao segundo tempo, foi de absoluto controlo vila-condense. A ponto de Pedro Martins arriscar as três substituições de uma assentada, a meia hora do fim. Fez lembrar um jogo de pré-temporada.

O técnico do Rio Ave sentia que o jogo estava ganho e o que acontecia em campo dava-lhe razão. Só dava Rio Ave. Um golo leixonense até daria um ânimo diferente à reta final, mas nunca houve argumentos para desmontar a estrutura visitante. Por isso, o golo de honra só chegou nos descontos, por Diogo Nunes, após livre estudado. Nada alterou.

Porque não houve tempo para mais e porque já não era possível apagar a última meia hora de jogo, que chegou a ser penosa. Rio Ave em ritmo de treino, Leixões sem capacidade, público sem paciência. E frio para todos, porque a tarde, apesar do sol, foi de inverno. Um mini-Calvário até ao apito final de Rui Oliveira que não foi parco em amarelos e poderia ter problemas num jogo que fosse mais equilibrado.