Um dérbi antes de outro, Jesus a apostar forte no onze e o Belenenses a dar-lhe toda a razão. O Sporting está nas meias-finais da Taça da Liga, graças a um empate no Restelo, no qual jogou quase em força total e, mesmo assim, não se livrou de uma ligeira aflição.

Dos onze leões que, normalmente, constituem o onze de Jorge Jesus, apenas Gelson Martins ficou no banco. Parece pouco, mas não é. Pela dimensão que Gelson dá à equipa, levando-a para um patamar superior e por aquilo que Podence, na direita, não conseguiu render. Aliás, o leão entrou no Restelo com força total, mas foi o Belenenses quem se demonstrou mais dinâmico na fase inicial.

Os azuis do Restelo tiveram na dupla Yebda-André Sousa o primeiro entrave à construção leonina. Sempre muito ativos na pressão, os dois médios conseguiram enferrujar o andamento leonino. A primeira tarefa estava feita. A segunda seria, claro, chegar à baliza de Patrício.  

Essa segunda missão era mais complicada, porém. Porque o Sporting é, normalmente, forte no processo defensivo e porque Mathieu sempre e Coates durante muito tempo estiveram intransponíveis.

Os 45 iniciais foram pobres em ocasiões por aqueles dois motivos: o meio-campo do Belenenses e a defesa do Sporting. Ainda assim, houve exceções e Acuña pôs à prova Filipe Mendes, enquanto Fredy disparou ao lado da baliza de Patrício. A única coisa a ameaçar verdadeiramente no Restelo era o nevoeiro que se punha, vindo do Tejo, mas que se dissipou no segundo tempo.

Ora, na segunda metade veio a emoção que tinha ficado contida antes. Maurides desperdiçou um golo feito e, claro, Domingos Paciência terá ocasião para dizer que se fizesse o 1-0 o jogo seria outro. Jesus percebeu isso mesmo também. E lançou Gelson Martins de imediato. Mais vale prevenir, pois claro…

Ainda assim, houve a ilusão de que tudo se decidira quando Acuña fez o 1-0. Um belo golo, diga-se, mas o golo «feio» que o Belenenses fez, um autogolo de Coates, valeu o mesmo que o do argentino de verde e branco, no momento imediato. O 1-0 durou tão pouco tempo que tudo ficou na mesma em meros instantes. Aliás, tudo não, porque a partida ficou mais partida e isso traz maiores emoções junto das balizas.

Assim, num jogo que passou de menos a mais, a dúvida manteve-se até final e só ficou resolvida pela perenidade da exibição de Mathieu e pelo apito de João Pinheiro.

O Sporting fecha 2017 com um empate, mas o ano civil pouco importa agora. Porque isto ainda vai a meio, o leão está em todas as provas e quarta-feira tem outro dérbi com o eterno rival Benfica.