Rui Vitória, treinador do Benfica, em conferência de imprensa, depois da derrota diante do Moreirense (1-3), no Estádio do Algarve, em jogo da meia-final da Taça da Liga:

- Fundamentalmente, o início da segunda parte não foi aquilo que queríamos. Nada o fazia prever pela forma como estivemos na primeira parte, em que fizemos um golo e o natural seria fazer mais. Mas depois tivemos um reinício que foi penalizador, às vezes acontece, há dias assim. Não queríamos que acontecesse, mas houve desatenções e alguma perda de controlo. Fomos à procura do segundo golo, mas hoje não era o nosso dia, tivemos uma série de bolas para poder empatar. Parabéns ao Moreirense, acabou por ganhar e aproveitar as bolas que teve. Nós não materializámos aquilo que fizemos, fomos penalizados por isso e errámos naturalmente nesses lances.

- É evidente que queríamos ganhar e chegar a mais este troféu. Mas também não pode ser isto [a afetar o grupo]… Porque se calhar, nessa altura desistiríamos mais cedo e não teríamos tido esse dissabor. Não vai pôr em causa o que quer que seja, porque há outros objetivos para conquistar e estamos focados neles. Segunda-feira temos já um jogo [contra o Vitória de Setúbal] e temos de andar para a frente.

- Tivemos uma sensação muito estranha na segunda parte. Na primeira, tivemos o domínio completo do jogo e domínio completo sobre o adversário. Foi algo penalizador não ter acabado com o jogo na primeira parte e, de certa forma, demos oxigénio ao Moreirense, que ao não sofrer mais golos acaba por se sentir dentro do jogo. O início da segunda parte não foi como queríamos mas a equipa acaba por reagir. Tivemos várias bolas para golo, com duas ou três bolas nos ferros e bolas que só por mera infelicidade não entraram. Há dez, quinze minutos muito penalizadores, que naturalmente vamos analisar, mas no resto os jogadores fizeram o que lhes competia. Uma primeira parte de qualidade, com a pecha de não ter materializado em mais golos, e uma segunda parte com esses 15 minutos e depois uma reação boa, que não deu para virar o resultado, com dois golos de diferença, falta de tempo e falta de discernimento.

 [Oito golos sofridos nos últimos três jogos]

- Agora é fácil metermos tudo no mesmo bolo. Gosto de analisar as coisas com mais pormenor. Há três golos num jogo em circunstâncias atípicas [contra o Boavista] e hoje, sim, há erros e situações para analisarmos. São de facto oito golos, mas três foram da forma que foram e hoje há situações para analisar, mas não pode nem vai mexer demasiado connosco. Neste tipo de competições, vamos alterando as equipas, a estrutura defensiva, há rotinas que umas vezes podem funcionar e outras nem tanto quando se muda os jogadores. Isso pode ser uma das causas. Vamos ver as coisas que não estivemos bem, para corrigir, mas é para seguir em frente.

[Ausência de Fejsa]

- É um jogador de qualidade. Tem sido importante ao longo da temporada, mas não quero esquecer um ou outro momento em que também estivemos muito bem sem o Fejsa, como os dois jogos de Guimarães. Não quero ser redutor, nem nunca nos lamentámos de jogadores que não estavam. Quero ter todos disponíveis, mas os jogadores têm feito o que lhes peço. As coisas não correram bem uma vez ou outra, daí a dizer que é pelo Fejsa, é um jogador importante, mas não quero agarrar-me a isso.