Andrés Diaz chegou em 2007 ao lado de um miúdo sub-20 de orelhas grandes, corpo esguio e uma ambição enorme. Di María era campeão do mundo, Diaz um desconhecido tão completo que, quando chegou ao Benfica, foi preciso perguntar ao agora jogador do PSG que tipo era aquele que viria com ele.

Andrés Diaz fez três jogos com a camisola encarnada. O último a 31 de outubro de 2007. Foi há 3361 dias. Nove anos, dois meses e 12 dias. O mesmo tempo que o Benfica não perde um jogo no tempo regulamentar da Taça da Liga, a qual vai tentar vencer pela oitava vez.

É mais do que sabido que os encarnados são os reis da prova, tantas vezes polémica, muitas vezes desvalorizada, outras tantas vezes criticada por ser feita à medida dos grandes: ainda assim, existiram apenas duas finais entre eles.

No Algarve, os encarnados são claramente favoritos. E por isso mesmo o principal alvo a abater. Há um intruso e outros dois campeões para o fazer, um deles com um «fantasma» regressado do passado…

Recordar Paulo Sousa e Oceano

Detentor de sete troféus em dez edições (a contar com esta), o Benfica tem nove presenças em meias-finais. Ou seja, só não marcou presença na primeira. Porque também não havia. O formato da prova dizia que imediatamente antes da final haveria uma fase de grupos. Os encarnados nem lá chegaram, no entanto.

Por uma dessas coisas curiosas que o futebol tem, o «fantasma» da única derrota encarnada na prova volta a viver no Bonfim ao fim destes anos todos.

Edinho foi o autor do 2-1 com que o Vitória bateu o Benfica, nessa noite de Butt, Luís Filipe, Edcarlos, Zoro, Miguelito, Fredy Adu, Bynia, Cristian Rodriguez, Di María, Bergessio, Andrés Diaz, Coentrão, Dabao e Luisão, sobrevivente único dessa época.

Por outras palavras, o capitão é, incrivelmente, o único jogador do plantel que já perdeu nesta competição. 

O Sp. Braga já eliminou os encarnados. Mas fê-lo nos penáltis e não no tempo regulamentar. Ora, os minhotos também vão ao Algarve. Porque Maurício não conseguiu imitar Paulo Sousa e Oceano e sofreu um golo que leva os bracarenses para um jogo com os sadinos. Um confronto de campeões, portanto, pois em duelo estarão os únicos dois clubes que, para além das águias, já venceram o troféu.

O Sp. Braga soma a quinta-meia final na prova e fica a apenas uma do registo do FC Porto. A seguir só há o Sporting com três, enquanto os sadinos vão para a segunda. Curiosamente, quando venceu a Taça da Liga, o Vitória eliminou o Benfica e antes eliminara o Sp. Braga.

Melhor aproveitamento do que o FC Porto

As águias têm uma enorme percentagem de triunfos na competição (80 por cento), o Sp. Braga tem 57,5 por cento de partidas ganhas e o Vitória tem exatamente 50 por cento. Apesar de o FC Porto ter seis meias-finais, tanto minhotos como sadinos têm melhor aproveitamento que os portistas não só em títulos, como em triunfos e o Sp. Braga é superior ao Sporting (53,8) neste aspeto também. 

Já o Moreirense irá para a primeira meia-final. A formação de Moreira de Cónegos é a intrusa da prova, estreante em meias-finais. Venceu o grupo de forma surpreendente, até porque tem um aproveitamento de apenas 40 por cento de triunfos/jogos e terá, pela frente, o recordista Benfica, cuja última derrota é tão difícil lembrar como os dotes futebolísticos de um jogador que andou desaparecido um mês do futebol, mas que chegou a jogar pelo emblema da Luz.

Andrés Diaz de seu nome, um jogador tão difícil de encontrar na história encarnada como registo de invencibilidade igual à das águias numa taça, em qualquer parte dessa Europa.