A FIGURA: Jackson Martínez

Uma vénia ao Cha Cha Cha. Uma vénia inteirinha pela magia naquele calcanhar que deu o segundo golo, aquecendo a fria noite do Dragão. Uma vénia para um goleador nato, que não joga a brincar. Depois da noite em branco na Madeira, partilhada por toda a equipa, voltou aos golos na estreia, esta época, na Taça da Liga. Até nem se esperava que fosse titular, mas, já que Lopetegui assim o decidiu, o avançado fez por justificar o lugar. Logo aos cinco minutos percebeu a asneira de Aníbal Capela, roubou-lhe a bola e marcou. Viu um amarelo por simulação quando, na verdade, foi mesmo tocado na área. Pouco depois desperdiçou, isolado, o que seria o segundo golo, mas guardou o lance de antologia para o segundo tempo. O público agradeceu, claro.
 
O MOMENTO: um novo Paciência

Minuto 74. O segundo golo de Jackson foi, sem dúvida, o mais bonito da noite, mas o mais simbólico foi mesmo o de Gonçalo. Está aí a rebentar um novo Paciência de azul e branco vestido. Já marca, já leva três jogos seguidos, aproveitando de forma brilhante a ausência de Aboubakar. O golo? Receção na direita, a passe de Quintero, baile sobre João Real e disparo ao primeiro poste. Para primeira amostra, está muito bom.
 
A DESILUSÃO: Aníbal Capela

Noite para esquecer. Um drible em local proibido deu a Jackson a oportunidade de abrir o marcador e já se sabe que o colombiano não é de fazer-se rogado. Mais tarde, já perto do intervalo, outra desconcentração permitiu que o mesmo Jackson lhe roubasse a bola na área. Precipitado rasteirou o portista. Valeu-lhe que Tiago Martins tenha transformado um penálti numa simulação do portista.
 
OUTROS DESTAQUES
 
TELLO

Merecia ter marcado. Voltou ao onze depois de ser suplente em Braga e na Madeira. Entrou dinâmico como quase sempre e perdulário como também tem vindo a ser habitual. Mais perigoso à esquerda do que à direita, teve no primeiro tempo duas ocasiões para marcar. Na primeira, num lance parecido com o que terminou no poste frente ao Marítimo, atirou cruzado mas Cristiano desviou com a ponta dos dedos. A outra foi menos flagrante e o remate saiu disparatado. No segundo tempo, fez-se notar em mais dois lances: remate em esforço, ao lado, quando poderia (deveria) ter encostado para o golo e pontapé em arco que Cristiano evitou que fosse parar à baliza.
 
GONÇALO PACIÊNCIA
Marcou (e um bom golo) e arrancou o penálti que Evandro converteu. À terceira oportunidade seguida mostrou o que vale. O Dragão vai ficar de água na boca, certamente.
 
JOSÉ ÁNGEL
Mais um bom jogo do lateral. Essa é, de resto, uma das suas principais virtudes: o nível exibicional não oscila muito. Continua tapado por Alex Sandro mas a mostrar que poe, a qualquer altura, saltar para o onze sem que a equipa trema. É solução, claro.
 
QUINTERO
Muito boa entrada em jogo, dinamizando bem mais do que Campaña o ataque portista. Foi uma espécie de abre-latas que ajudou a que a reta final fosse bem melhor do que o início.
 
CRISTIANO
Se a Académica não perdeu por mais a «culpa» é dele. Tello não ficou seu amigo, certamente, depois de lhe ter negado dois golos feitos…Mas também a Gonçalo Paciência e Ricardo levou a melhor, noutros lances.