FIGURA: Nico Gaitán
Nico Gaitán é um executante prodigioso e em noites de inspiração, como esta, é capaz de deixar o mais exigente dos observadores de boca aberta. Nico fez muita coisa e quase sempre bem. Além dos dois golos (ver MOMENTO do jogo), mais dois lances ficam guardados na memória de quem os viu: uma receção perfeita e um rodopiar sobre o marcador direto (38 minutos) e um levantar de bola para arriscar o pontapé de bicicleta (51 minutos). A lesão já lá vai, longe, e o internacional argentino está em grande forma.       

MOMENTO: minuto 20, arte pura de Nico
Um quadro de Van Gogh, uma composição de Mozart, uma escultura de Cutileiro, um golo de Nico Gaitán. Um não, perdão, O golo de Gaitán. O drible a fugir do contacto de Fábio Espinho, a simulação a tirar Micael da frente, a maldade a deixar Nilson de gatas.

NEGATIVO: erros cónegos
O Benfica fez uma exibição quase imaculada, sim, mas a defesa do Moreirense, na primeira parte, cometeu erros absolutamente infantis, impróprios para profissionais. O golo de Raul Jiménez nasce, por exemplo, de uma hesitação lamentável de João Sousa. O central perdeu a bola em zona proibida e Jiménez ainda aproveitou a saída precipitada de Nilson para fazer um chapéu e celebrar.  

Veja como seguimos o Moreirense-Benfica AO MINUTO 

OUTROS DESTAQUES

Talisca
O brasileiro marcou três golos e não é o melhor em campo? A culpa é de Gaitán, senhores, não é nossa. Mas, sublinhe-se, Talisca teve uma noite fantástica. Já não fazia um hat-trick desde o dia 12 de setembro de 2014 (em Setúbal) e já não bisava desde 27 de setembro de 2014, num triunfo por 2-3 em casa do Estoril. Mais do que os golos – um de penálti e outro numa finalização de primeira a passe de Gaitán -, o esquerdino demonstrou uma disponibilidade pelo jogo pouco habitual no seu futebol. Arriscou vários remates à entrada da área, distribuiu bem e, surpresa das surpresas, fez várias recuperações.  

Victor Lindelof
O central sueco pode estar na porta de saída, mas em Moreira de Cónegos fez, quiçá, o melhor jogo de águia ao peito. Forte na antecipação e na marcação, muito bem a decidir e a entregar a bola, nenhum erro a apontar. Noite francamente positiva.   

Nélson Semedo
Segunda aparição após longa lesão, nível bem superior ao exibido no terreno do Oriental. A primeira parte foi feita com intensidade máxima, a defender (pobre Fati!) e a atacar, e na segunda primou pela inteligência, sem arriscar e a manter-se sempre lúcido. Está a aproximar-se rapidamente do lateral que competiu entre julho e setembro.  

Iuri Medeiros
Tudo o que o Moreirense fez de bom no ataque saiu do pé esquerdo de Iuri Medeiros. No golo aguentou bem a pressão, contornou Ederson e atirou com segurança. Mais tarde enviou uma bola ao ferro, na marcação de um livre direto, e teve dois ou três lances muito bons no duelo com Sílvio (depois com Grimaldo). O Moreirense não pode prescindir do talento do açoriano, de longe o futebolista mais evoluído da equipa (com Fábio Espinho).

Fábio Espinho
O antigo jogador do FC Porto ainda agora chegou e já é um dos mais influentes. Travou uma luta inglória com os monstros encarnados, mas conseguiu ter bola e combinou uma mão cheia de ocasiões com Iuri e o menino Ricardo Almeida. É um reforço a sério para a segunda metade da época.

André Marques
Lesionou-se quase há um ano e voltou esta noite para jogar cerca de 20 minutos. O lateral tem sido massacrado pelas lesões. Que tenha sorte e que tenha deixado o calvário para trás.

Alex Grimaldo
Dois bons cruzamentos no primeiro jogo oficial pelo Benfica. Meia hora interessante de um jogador de baixa estatura, mas raçudo e com vontade de participar no ataque.