O Sp. Braga segurou o primeiro lugar no Grupo D da Taça da Liga e marcou encontro com o Benfica nas meias finais da competição. Empate suado em Vila do Conde (0-0), em jogo marcado por amarelos e vermelho de João Capela.
 
Um verdadeiro semáforo em duelo quezilento, originando a expulsão discutível de Mauro. Mas nem isso estragou a festa arsenalista. Melhor na primeira hora de jogo, a equipa de Paulo Fonseca respondeu à pressão final do Rio Ave, que precisava de vencer para roubar a liderança ao adversário.
 
Gostaríamos de escrever sobre um jogo de futebol bem disputado. Infelizmente, não é possível.
 
Minuto 57. Nélson Monte entra de pé em riste sobre Rui Fonte e arrisca-se a ver o cartão vermelho direto. João Capela mostra o amarelo, elevando para sete a contagem global. Pouco depois seria Jaime Pinto (Jaiminho) a ver o oitavo.
 
Com uma hora de jogo, as folhas de apontamentos estavam preenchidas com casos e nem seria preciso mais espaço para descrever lances de verdadeiro perigo junto das duas balizas. Não os houve.
 
O papel central estava guardado para João Capela, que ia respondendo a constantes momentos quentes com amarelos. Um, outro e depois mais outro.
 
Não estranhou portanto que a certa altura o árbitro encontrasse uma figura repetida. Lamenta-se porém que a fava tenha saído a Mauro num lance em que a cartolina não parece justificada. Uma carga simples sobre Lionn, à entrada da área do Rio Ave, levou à expulsão do médio defensivo do Sp. Braga.
 
Foi a decisão mais contestada do juiz do encontro na sequência de novo duelo entre Rio Ave e Sp. Braga. O último ficou marcado por fortes protestos dos homens de Vila do Conde em relação ao homem do apito, apontando irregularidades nos dois primeiros golos arsenalistas (5-1). Com dose de razão, é certo.
 
Pedro Martins lembrou isso mesmo na véspera do encontro e Paulo Fonseca respondeu ao homólogo de Vila do Conde. A arbitragem tornou-se assunto central e a mensagem passou para os jogadores, que desde cedo apresentaram níveis de intensidade para lá do aconselhável.
 
João Capela tem a sua quota de responsabilidade, por certo. Mas não deveriam ser os outros intervenientes a contribuir para um cenário de tamanha crispação, virando por momentos as costas ao bom futebol.
 
Salvou-se a reta final do encontro, quando o Rio Ave se apoiou na vantagem numérica para ir em busca da vitória. Até então tinha demonstrado vontade sem grande esclarecimento, enquanto o Sp. Braga controlava o rumo dos acontecimentos. O empate bastava-lhe.
 
O jogo animou então na última vintena de minutos. Zé Paulo entrou para ensaiar um bom remate e Pedro Santos respondeu ao minuto 84, atirando ao lado da baliza do Rio Ave. Pelo meio, Guedes caiu na área do Sp. Braga após ligeiríssimo toque de Ricardo Ferreira. O contacto existiu mas apenas levemente. João Capela entendeu que não era motivo para grande penalidade.
 
O Rio Ave caiu em cima do adversário à medida que se aproximava o apito final e, nesse período, esteve de facto perto do golo que iria mudar o seu destino nesta Taça da Liga. Destaque claro para Yazalde, que entrou bem no jogo e teve uma oportunidade soberana ao minuto 88. Rodou na área, queixou-se de carga do adversário e rematou em esforço, em excelente posição, para defesa de Matheus.
 
A equipa de Paulo Fonseca ia aceitando o seu papel e defendia o nulo sem princípios estéticos. Agarrou-se ao objetivo primordial e foi feliz.