Prevaleceu a lei do mais forte; pelo menos em teoria. A equipa do primeiro escalão venceu o conjunto da segunda, mas na prática o V. Setúbal até nem foi superior à Oliveirense. Valeu a eficácia como chave para desviar a bola dos ferros à equipa de José Couceiro, consumando assim o triunfo (2-0) diante da equipa de Oliveira de Azeméis.

O emblema da II Liga atirou três bolas ao ferro, numa das quais desperdiçou uma grande penalidade, e deixou uma boa imagem. Mas o V. Setúbal foi feliz, com golos de Gonçalo Paciência e Allef, e inscreve o seu nome ao lado da placa de finalista da presente edição da Taça da Liga, aguardando agora por Sporting ou FC Porto.

Duelo de aflitos na primeira meia-final da Final Four da Taça da Liga. Na luta pela manutenção em cada um dos seus campeonatos, as diferenças inerentes ao facto de estarmos perante equipas de escalões diferentes esbaterem-se. Mais solta, até porque a oportunidade de estar nesta fase da prova motiva mais uma equipa de segunda divisão do que propriamente os sadinos, que chegam pelo segundo ano consecutivo às meias-finais, a equipa de Oliveira de Azeméis vendeu cara a derrota.

Quatro no ferro e uma na cabeça de Paciência

A equipa de Pedro Miguel apresentou-se mais desenvolta, a jogar de forma alegre perante um Setúbal com as dificuldades habituais, fazendo mais por ser organizado do que ousar ter criatividade com o esférico.

Sendo Riascos a principal arma da equipa de Oliveira de Azeméis, com ataques rápidos a equipa da II Liga foi mais perigosa. O colombiano dispôs de uma série de oportunidades para rematar com perigo, mas faltou discernimento depois das velozes arrancadas. Ainda assim, na primeira metade a Oliveirense atirou três bolas aos ferros. João Amorim e Sérgio Ribeiro remataram contra cada um dos ferros de Trigueira, deixando patente ao que a equipa de Pedro Miguel vinha.

À meia hora Diogo Valente teve nos pés uma oportunidade soberana, da marca dos onze metros, mas também teve pontaria a mais e acertou em cheio na trave sadina. Pelo meio, contra a corrente do jogo, o V. Setúbal adiantou-se no marcador, inevitavelmente de bola parada, um dos poucos momentos em que os sadinos conseguiram criar perigo.

Canto da esquerda, Gonçalo pediu Paciência aos Oliveirenses e depois de também ele cabecear ao poste ressacou com nova cabeçada para o fundo das redes, marcando o único golo da primeira metade.

Crença Oliveirense até aos descontos

Nos segundos quarenta e cinco minutos a qualidade jogo diminuiu. Os sadinos fizeram por pausar o jogo, muitas vezes com recurso a perdas de tempo exageradas, tentando manter o esférico longe da sua área, espreitando depois a estocada final em contragolpe.

Um contragolpe que nunca chegou a sair até aos derradeiros momentos do jogo, assim como a resposta eficiente da Oliveirense. O conjunto de Pedro Miguel somou mais um par de oportunidades, já sem grande discernimento mas com uma enorme crença que se arrastou até aos instantes finais acreditou no empate.

Já nos descontos, quando passavam dois minutos para lá da área, Allef estreou-se a marcar e arrumou com a questão. Bom trabalho de Gonçalo Paciência no corredor esquerdo, não virou a cara à luta e serviu o companheiro para arrumar com a questão.

O V. Setúbal está na Final da Taça da Liga, fazendo a acabar a bonita história da Oliveirense. Destino demasiado cruel para a equipa do segundo escalão, que se gladiou e merecia mais.