A Alemanha apresentou-se na Rússia com uma seleção renovada, algo que já era conhecido de antemão. Ainda assim, mais do que suficiente para derrotar um conjunto australiano com poucos argumentos para bater os campeões do mundo. O triunfo pela margem mínima peca por escasso perante tamanha supremacia alemã.

Porém, o conjunto de Low viu-se obrigado a segurar a magra vantagem nos minutos finais. Culpa da inconstância de uma equipa recheada de juventude e de uma exibição para esquecer de Bernd Leno, que mantiveram a Austrália na discussão do encontro até ao apito final.

Longe de ser um espectáculo agradável de seguir, realce-se a enorme quantidade de golos apontados em Sochi, algo que é, aliás, comum em partidas entre as duas seleções.

FICHA DE JOGO

A Mannschaft, com apenas com dois campeões do mundo de início refira-se, começou de forma intratável na partida. A utilizar toda a largura do campo, a formação de Low não deixou a Austrália respirar, subjugando-a por completo praticamente durante trinta minutos. Dentro dessa meia hora avassaladora, apareceu o primeiro golo do jogo com relativa naturalidade e arrisque-se dizer, facilidade. Lance bem desenhado por Goretzka e Brandt – os melhores do lado alemão – com Stindl a abrir a contenda.

Tamanha facilidade em dominar a seleção australiana conduziu, quiçá, a alguma sobranceria do lado europeu. O ritmo de jogo baixo abruptamente, os passes errados acumularam-se e a Austrália cresceu. Esboçou uma primeira aproximação à baliza contrária para lá da meia hora de jogo por intermédio do central Sainsburry e conseguiu mesmo marcar no segundo assalto. O lance do golo de Rogic começa com um passe displicente de Draxler e termina com uma abordagem errada, a primeira no encontro, de Leno.
 
A Austrália, contra a toada do encontro, reentrava na partida e prometia agarrar-se ao empate. Contudo, tal acabou por não suceder. Volvidos apenas quatro minutos, Draxler, de grande penalidade, a castigar falta de Luongo sobre Goretzka, recolocou a Alemanha na frente e deu, ao mesmo tempo, justiça ao marcador.

A segunda metade começou praticamente com o tento de Goretzka, após um passe soberbo de Kimmich. Este golo, prometeu ser o golpe final dos campeões do mundo na partida face à dificuldade que a Austrália denotava em chegar à baliza alemã. Contudo, a história repetiu-se e um novo erro de Leno permitiu que Juric recolocasse a diferença em apenas um golo.

Essa vantagem mínima acabou por desorientar a seleção alemã. Sem as figuras de proa habituadas a fases finais de grandes competições, a equipa nunca mais se reencontrou na partida e acabou por permitir que a Austrália tomasse conta das operações. O recém-entrado Werner foi o único que tentou contrariar a apatia que tomou conta dos alemães nos minutos finais. Ainda assim, essas tentativas do avançado do Leipzig não se traduziram em mais golos.

A Alemanha suou para vencer a congénere da Austrália, ainda que por culpa própria. Apesar de tamanha qualidade nas suas fileiras, avizinha-se complicada a tarefa dos campeões do mundo em conquistar, pela primeira vez na sua história, a Taça das Confederações perante os argumentos apresentados esta tarde. Por seu turno, esta geração australiana mostrou estar longe do fulgor de outros gerações, como daquela que em 1997 atingiu a final desta competição, e vê o jogo com os Camarões da próxima ronda assumir contornos decisivos.