O Liverpool foi este sábado vencer a casa do Luton, por 5-3, e está na quarta eliminatória da Taça de Inglaterra. Mas não foi fácil para o adversário do Benfica nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões.
Os «reds» defrontaram uma equipa de um escalão inferior (o Luton pertence à League Championship, equivalente à Liga de Honra portuguesa) e até se adiantaram cedo no marcador; mas isso não foi suficiente para impedir que o campeão europeu sofresse durante grande parte do jogo. E muito.
O Liverpool foi obrigado a puxar dos galões de ser um dos clubes mais cotados e poderosos de Inglaterra. E teve de fazer imenso pela vida. Só depois de muito sofrer é que a equipa de Rafa Benitez deixou de cometer erros, assumiu o seu estatuto e partiu para um massacre do adversário que só terminou quando o resultado já era favorável.
Gerrard primeiro
O evoluir do marcador é o espelho fiel deste filme do jogo. Ao golo inicial de Gerard (16 minutos), o Luton respondeu bem e a reacção da equipa da casa foi compensada com os golos de Howard (31) e Robinson (43) que permitiram a reviravolta antes do descanso.
A perder, foi então a vez de ser o Liverpool a assumir as intenções mais atacantes após o reatamento e os «reds» cedo tiveram oportunidade de colher o fruto. Mas não o conseguiram. Gerrard voltou a estar em evidência ao sofrer falta que deu penalty; mas Cissé não conseguiu bater Beresford (48 minutos).
O Liverpool abanou ao perder a hipótese de voltar à igualdade e à falha do avançado francês seguiu-se o erro na defesa. O finlandês Hyypia perdeu uma bola perto da área para Vine e o guarda-redes Carson acabou por travar o jogador do Luton para evitar o golo.
Mas não por muito tempo. Penalty assinalado que foi convertido por Nicholls cinco minutos depois do castigo falhado por Cissé. O cenário ficava negro para a equipa de Benitez: dois golos de desvantagem depois de perder um penalty que teria dado a igualdade.
Pongolle depois
O Liverpool ficou perto do KO. Benitez jogou a cartada decisiva e fez entrar Pongolle. O Luton tentou guardar a vantagem. A partir de então, o jogo mudou completamente e os «reds» trataram de pôr fim à fase de sofrimento para darem lugar a um autêntico massacre.
Cinco minutos depois de entrar (62), Pongolle reduziu para 2-3. Nesta última meia-hora, o Luton não terá tido mais do que cinco minutos de posse de bola e pouco depois (69) Xabi Alonso igualou o marcador. E o que iria acontecer depois já não espantou ninguém.
Pongolle voltou a marcar (74) e só então, já em vantagem, é que o Liverpool «levantou o pé». Mas desta vez já sem o pôr em ramo verde. O Luton não mais conseguiu ameaçar a baliza de Carson.
Nem mesmo já nos descontos, quando o guardião Beresford subiu à área dos «reds» para tentar ser mais um a conseguir a igualdade. Saiu o tiro pela culatra. A defensiva do Liverpool desta vez não falhou e até deixou a bola jogável para Xabi Alonso fazer o 5-3 final.
Sem o guarda-redes do Luton na baliza, que o espanhol ultrapassou ainda no seu meio-campo, Alonso enquadrou-se depois da finta e fez um remate a mais de 60 metros que acertou no alvo deserto à espera da bola que foi rolando calmamente até ultrapassar a linha de golo.
Equipa do Liverpool:
Carson, Finnan, Hyypia, Carragher, Riise, Kewell, Gerrard, Sissoko (Sinama Pongolle, 57), Xabi Alonso, Peter Crouch (Kromkamp, 79) e Cissé.