Esta é uma história a que não era difícil adivinhar o final: o F.C. Porto venceu o D. Chaves e conquistou a Taça de Portugal. Mas o enredo não foi assim tão simples. Os «dragões» têm mais qualidade, mais experiência e isso chegou para assegurar o troféu que lhes restava esta época, falhados os outros objectivos. Mas não se viu um grande jogo. Longe disso, aliás. Foi um F.C. Porto à imagem de uma época, capaz do melhor, mas também sem a motivação constante que mostrava noutros tempos. Honra ao D. Chaves: nunca desistiu. E ainda assustou os corações portistas, no final. Vitória do F.C. Porto por 2-1, 15ª Taça de Portugal para os «dragões», que igualam o Sporting.

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Valeu pelo ambiente, como sempre no Jamor. E a presença de uma equipa que nunca se tinha visto nestas andanças garantiu o entusiasmo e a cor que merecia o dia em que caiu o pano sobre a época do futebol nacional.

Depois de poupar Bruno Alves e Meireles na última jornada da Liga, Jesualdo Ferreira não facilitou e apostou no «onze» de gala para a decisão do Jamor. Apenas uma troca no baliza, onde voltou Helton, agora que Beto assumiu o lugar na Liga.

O D. Chaves, que já tinha feito história ao chegar ao Jamor, numa época em que desceu à II Divisão, entrou no Jamor com entusiasmo. E antes do golo do F.C. Porto até esteve bem perto, num remate de Edu que Álvaro Pereira safou mesmo em cima da linha de golo.

Logo a seguir, o primeiro golo do F.C. Porto. Com a assinatura de Guarín, numa subida rápida pelo flanco direito, a confirmar o excelente final de época do médio colombiano.

O jogo levava 13 minutos e por essa altura já se tinha percebido que, quando o F.C. Porto acelerava, o D. Chaves tremia. A velocidade de Hulk, os passes longos de Belluschi e as desmarcações de Falcao eram demasiadas variáveis para controlar. O segundo golo aconteceu 10 minutos depois, precisamente com estes três protagonistas. Marcou Falcao, numa jogada no limite do fora-de-jogo.

Dois golos colombianos, festa azul-e-branca no Jamor. Já não restavam muitas dúvidas, mas até ao intervalo o marcador não se alterou. Esteve perto Hulk, por várias vezes: primeiro defendeu Rui Rego, depois atirou ao lado, a seguir rematou mal, quando apareceu sozinho frente ao guarda-redes do D. Chaves.

Antes do intervalo Falcao falhou outro mesmo à boca da baliza e o D. Chaves ainda ameaçou um golo de consolação, quando Bamba introduziu a bola da baliza. Não valeu, o médio dominou com a mão.

Afinal ainda havia Chaves

Para a segunda parte, o jogo perdeu gás. Com as coisas, mais ou menos esclarecidas, o F.C. Porto baixou o ritmo. O D. Chaves tentava acreditar. À passagem da hora de jogo, Tulipa fez entrar dois jogadores, numa tentativa de animar as hostes. Jesualdo Ferreira, que ao intervalo tinha feito entrar Tomás Costa para render Meireles, colocou em campo Cristian Rodríguez, de regresso neste final de uma época muito apagada.

A última substituição do F.C. Porto foi para a saída de Guarín, o homem que abriu caminho à vitória, para a entrada de Valeri. Nada de novo, lá em baixo. Nas bancadas fazia-se a «hola», já que o jogo não entusiasmava por aí além. Do sector do F.C. Porto ao do D. Chaves, que esta festa da Taça era para todos.

De resto, mais uma ou outra arrancada de Hulk, uma subida do D. Chaves e pouco mais a registar. A 10 minutos do final, já havia adeptos do D. Chaves a deixar as bancadas. Cedo de mais.

Ainda havia D. Chaves. Do banco saiu Clemente, para animar o fim do jogo. Frente a Bruno Alves, ganhou, marcou e acordou o estádio. O memso Clemente voltou a estar perto, os quatro minutos de compensação passaram devagar para os «dragões». Ainda houve tempo para uma expulsão para cada lado, antes da festa azul-e-branca. Com um tom grená, é justo.