A águia voou baixinho em Famalicão, mas o empate foi suficiente para marcar presença na final da Taça de Portugal. A formação famalicense queria fazer história e apurar-se, pela primeira vez, para o Jamor, no entanto o Benfica fez valer o triunfo (3-2) trazido da Luz e volta ao jogo decisivo da prova rainha do futebol português, que já conquistou por 26 vezes.

O Famalicão foi quase sempre superior, teve mais oportunidades, porém foi castigado pela falta de eficácia ofensiva. Não conseguiu melhor do que uma igualdade a um. Já os encarnados marcaram praticamente na única oportunidade que tiveram e estão na 37.ª final da Taça de Portugal.

Depois da derrota no Dragão, o Benfica queria, mais do que jogar bem, apurar-se para o jogo decisivo. E, de facto, os encarnados tiveram uma exibição sofrida, sem rasgos de criatividade, jogando apenas para o resultado. O Famalicão após a goleada sofrida em casa frente ao Vitória de Guimarães, queria limpar a imagem deixada e fazer história. À excelente exibição não correspondeu o resultado. Ainda assim, valeu o aplauso de pé dos adeptos famalicenses, que encheram por completo o Estádio Municipal.

O Famalicão, que marcava presença pela segunda vez numa meia final da competição, entrou bem na partida, mas foram as águias que se adiantaram no marcador. Os encarnados sentiam muita dificuldade em entrar nas linhas famalicenses e apostavam em passes longos a variar de flanco ou, então, em pressionar alto os locais tentando aproveitar o erro. E foi assim que a equipa de Bruno Lage chegou ao golo.

Num mau passe de Riccieli, o esférico sobrou para Carlos Vinícius que temporizou e cruzou rasteiro para a área, onde surgiu o capitão Pizzi, que já tinha marcado na primeira mão, a dar vantagem às águias. Os famalicenses não tremeram e mantiveram o futebol apoiado que caracteriza a equipa de João Pedro Sousa. Por duas vezes, a formação minhota esteve perto de marcar. Valeu Odysseas Vlachodimos. Primeiro negou o golo a Toni Martinez e, logo depois, a Diogo Gonçalves.

Em cima do intervalo, o Famalicão chegou ao golo. Num livre para a área, o guardião encarnado socou o esférico na direção de Patrick que, de primeira, rematou em arco para o fundo das redes. Festa rija dos adeptos locais, contudo Jorge Sousa esperou pela confirmação do vídeo-árbitro. Três minutos de espera e a decisão: fora de jogo assinalado e golo anulado.  

O Famalicão entrou com tudo no segundo tempo e foi, uma vez mais, Odysseas Vlachodimos que impediu o empate. As águias não conseguiam ligar o jogo entre os setores - Florentino muito apagado – e não se conseguiam livrar da pressão alta dos locais. Bruno Lage tentou da velocidade ao ataque e lançou Chiquinho, tentando explorar o contra-ataque.

João Pedro Sousa também sentia que a sua equipa podia dar mais e também mexeu, refrescando as alas. E a foi bem-sucedido. Diogo Gonçalves ganhou em velocidade a Grimaldo e cruzou rasteiro para o oportuno Toni Martinez, que só teve de encostar.

Estava feito o empate. O Benfica tremia, mas ia segurando a vantagem preciosa trazia da primeira mão. Com o passar do tempo, os famalicenses começaram a perder o discernimento e a jogar mais com o coração do que a cabeça. E, apesar de já estarem com o coração no Jamor, a cabeça continuava em Famalicão. Já as águias, após o apito final de Jorge Sousa, colocaram os pés na final da Taça de Portugal.