O Leixões superou o primodivisionário Tondela (2-1) e segue para os quartos-de-final da Taça de Portugal. Os tondelenses demonstraram pouco futebol para um conjunto leixonense que aliou raça a vários momentos de bom futebol. Esta tarde, no relvado do Estádio do Mar, ficou acima de tudo provado, uma vez mais, que há muita qualidade escondida nas divisões inferiores de Portugal.

Para este jogo, a contar para os oitavos de-final da Taça de Portugal, Petit apresentou duas alterações em relação à última partida dos beirões - derrota na Madeira frente ao Nacional. Entraram Lystov e Claude Gonçalves em detrimento de Pica e Fernando Ferreira. Por sua vez, o técnico do Leixões, Kenedy, alterou meia equipa em relação ao empate frente ao Portimonense.

Classe de Chiquinho faz a diferença

Pese embora as alterações levadas a cabo pelo treinador da formação caseira, o Leixões entrou com as linhas subidas, a pressionar alto e a remeter o Tondela ao seu meio campo defensivo. Esta era a toada do jogo na fase inicial, sendo que a equipa do distrito de Aveiro até teve as melhores oportunidades para marcar, sobretudo através de lances de bola parada e pontapés de meia distância, reflexo da incapacidade em penetrar na bem organizada equipa de Kenedy.

Na primeira vez que o conjunto de Matosinhos foi à baliza de Cláudio Ramos inaugurou o marcador. Lançamento longo para as costas da defesa da equipa de Petit, erro de Pica que coloca a bola nos pés de João Lucas, o defesa – esta tarde a actuar mais à frente no corredor esquerdo – cruzou para os pés de Chiquinho, melhor em campo, que à saída de Cláudio Ramos, picou com classe para o fundo da baliza tondelense.

O último classificado da I Liga tentou responder ao golo inaugural do conjunto da casa e Erick Moreno teve nos pés uma ocasião soberana para igualar a partida. O Leixões, a jogar no meio-campo dos beirões e galvanizado pelo forte apoio do seu público, não se amedrontou e procurou dilatar a vantagem. Ainda assim, pagou caro o atrevimento. Desperdiçou um par de ocasiões para fazer o segundo golo e acabou por sofrer o empate num contra golpe bem desenhado por Jhon Murillo, que aproveitou um erro de Silvério para arrancar no corredor direito e cruzar para Erick Moreno que desta vez não perdoou e atirou a contar. Tudo empatado no Estádio do Mar.

Talento e coração alimentam sonho do Leixões

O empate ao intervalo penalizava mais a equipa da casa. Contudo, o Leixões agigantou-se e mostrou-se decidido a bater o pé ao Tondela. Subiu as suas linhas, empurrou o Tondela para o seu meio-campo e começou a criar situações de golo. Acabou por materializar essa superioridade, através do golo de Wellington. Canto cobrado por Chiquinho, Cláudio Ramos opõem-se à cabeçada de Silvério e na recarga, o central brasileiro dos leixonenses atirou para o fundo da baliza do Tondela.

Com vantagem no marcador, o Leixões remeteu-se ao seu meio-campo e concedeu a iniciativa de jogo ao conjunto do distrito de Aveiro. O Tondela procurou chegar à igualdade, mas nunca apresentou qualidade suficiente para penetrar na defensiva da equipa da casa: excesso de individualismo em diversas situações e uma gritante falta de qualidade jogo.

O Leixões, cheio de alma e talento, como é apanágio deste clube, chega oito anos depois aos quartos-de-final da Taça de Portugal. Por sua vez, o Tondela caí na primeira vez em que chegou tão longe na prova rainha do futebol português.

Ficha de jogo

Estádio do Mar, Matosinhos

Árbitro: Manuel Mota (AF Braga)

Assistentes: José Gomes e Pedro Fernandes.

Quarto árbitro: Duarte Oliveira

Leixões: Assis; André Teixeira, Wellington, Silvério, Belly; Salvador, Abalo (Rui Cardoso 81m), Chiquinho (João Freitas 86m); Wei Shihao (Miguel Ângelo 76m) João Lucas e Malele

Suplentes não utilizados: Ricardo Moura (GR), Jorge Silva, Ludovic, Kikas.

Tondela: Cláudio Ramos; David Bruno, Lystcov, Pica, Mamadou Candé; Claude Gonçalves( Pité 73m), Bruno Monteiro, Miguel Cardoso; Wagner (Zé Turbo 61m), Jhon Murillo (Hélder Tavares 77m) e Erick Moreno.

Suplentes não utilizados: Ricardo Janota (GR), Murilo, Rafael Amorim, Alassane Tambe.

Disciplina: Lystvov (30m); Wellington (35m); Assis (81m); Miguel Ângelo (90m)