Um Rio Ave de pensamento europeu sentiu o desconforto da Taça de Portugal, num palco não muito distante de casa, mas, ainda assim, difícil para os vila-condenses. No sintético do Coimbrões, a equipa de Pedro Martins só abriu caminho pela melhor qualidade individual do que tem no plantel. Mais forte, mais rápida, melhor em todos os aspetos, faltou muitas vezes à equipa de Vila do Conde tudo aquilo e ainda eficácia. Por isso, não resolveu de uma vez por todas o jogo e acabou a partida com algum sofrimento.

A FICHA DE JOGO não engana. Pedro Martins mudou imenso a equipa, deixou vários dos titulares no banco, em repouso para esse jogo da Roménia, com o Steaua. Ora, isso trouxe consequências para a partida de Vila Nova de Gaia.

Apesar de todas as alterações na defesa, os vila-condenses não passaram por grandes sustos até chegarem os minutos finais. Porém, a irregularidade do meio-campo, entre Abalo e Luis Gustavo, fez a equipa ser pouco intensa na recuperação e, por vezes, executar mal na transposição de linhas. O nigeriano podia ter aproveitado o facto de raramente ter sido pressionado a sério para ser ele próprio a desequilibrar, mas isso não sucedeu.

O Coimbrões tentava tapar espaços, mas foi sofrendo algumas contrariedades. O capitão Pedro Tavares lesionou-se e aquilo que podiam ser vantagens para a partida - o relvado sintético ou a bola diferente da Liga -foram-se dissipando com a adaptação do Rio Ave a essas condições. Ou seja, o Rio Ave que estava desconfortável, estava-o cada vez menos.

Ao quarto de hora, a primeira ocasião, com Jebor a cabecear por cima. O avançado também teve a segunda da partida, para defesa de Hélder Cardoso. O problema foi que o Rio Ave não deu sequência a esses momentos. Só voltou à baliza do Coimbrões aos 28 minutos, numa perdida enorme de Luis Gustavo. Porém, a equipa da casa perdeu um duelo individual e Del Valle com espaço atirou mesmo para o golo: 0-1 aos 39 minutos.

Ederson iria fazer apenas uma defesa apertada já para o fim. A defesa de Vila do Conde ia resolvendo problemas, mas o ataque não conseguia sentenciar o jogo. Logo a abrir o segundo tempo, Luis Gustavo teve ocasião de livre e outra na área. Não acertou na baliza. Depois foi Boateng a permitir defesa a Hélder Cardoso e ainda Bressan a rematar ao lado, de livre.

Pinheiro é o jogador mais conhecido do Coimbrões. Passou pelo Estoril e pelo Belenenses, por exemplo, e foi ele que obrigou Ederson a defesa apertada, numa falta. O lance empolgou a equipa da casa, mas a verdade é que o Rio Ave voltaria à área do Coimbrões para desperdiçar, inclusive nos descontos, já com Ukra e Tarantini em campo e reduzido a dez unidades, por expulsão de Jebor.

Diego Lopes, Ukra e Tarantini não conseguiram aumentar para o 2-0 apesar das grandes ocasiões que tiveram e, assim, só mesmo quando soou o apito final os vila-condenses puderam descansar na certeza de que a Taça não lhes fugia agora.

Pedro Martins ganhou o jogo e ganhou pernas frescas para quinta-feira. Mas houve vários jogadores que perderam oportunidade para mostrar algo mais e, assim, o Coimbrões sai da Taça de Portugal com um resultado digno e mínimo frente ao finalista da época passada.