Conceição receava que a paragem para os compromissos internacionais travasse o «andamento» do FC Porto. No entanto, nem as interrupções estipuladas no calendário parecem quebrar a chama do Dragão. O Belenenses foi o oitavo clube que o FC Porto reduziu a cinzas desde a derrota no Estádio da Luz no início de outubro.

No vaivém de Corona, Soares e Otávio foram protagonista. O FC Porto segue firme rumo aos oitavos de final da Taça, enquanto o Belenenses despede-se agarrado à sua identidade.

Como é habitual em jogos de Taças, Conceição deu oportunidade aos jogadores menos utilizados. Fabiano ocupou a vaga de Casillas, Corona fez de lateral-direito, enquanto Herrera substituiu Danilo. No ataque Otávio, Adrián e André Pereira formaram o trio que municiou Soares. Por sua vez, Silas deu a titularidade a Lucca e Reinildo, deixando no banco Dramé e Zakarya.

Ficha e filme do jogo

A entrada do FC Porto não foi avassaladora, nem asfixiante. Foi uma entrada comprometida e segura que lhe permitiu dominar e, inclusive, chegar à vantagem logo ao minuto 12. Corona recebeu de Fabiano ainda no meio-campo defensivo, ganhou metros, tabelou com Adrián López e na cara de Mika ofereceu a Soares. Delicioso e eficaz.

O Belenenses insistia nos lançamentos longos à procura de Licá e Keita. Invariavelmente, acabou por perder a bola. Quando conseguiu sair a jogar a partir de trás foi quando criou oportunidades para marcar. Lucca tentou de meia-distância (9’) e Licá atirou à figura de Fabiano (44’). Duas jogadas que mostraram aos próprios jogadores do conjunto de Belém como tinham de atacar.

Entre as duas situações do adversário, os dragões tiveram pelo menos três para ampliar o marcador e chegar ao intervalo com a eliminatória fechada. André Pereira e Corona erraram o alvo – este último na sequência de um canto saído do laboratório de Conceição. Pouco depois, Óliver fez um cruzamento chegado à baliza e obrigou Mika a defesa apertada.

A vantagem justificava-se perfeitamente ao intervalo. O caudal ofensivo dos campeões nacionais era francamente superior frente a um Belenenses algo tímido na partida.

Se a entrada na partida tinha sido má para os homens do Restelo, a etapa complemente em nada foi diferente. Otávio desperdiçou uma grande penalidade (55’) – bela intervenção de Mika -, mas redimiu-se três minutos depois. O brasileiro ultrapassou Reinildo, Sasso e Gonçalo Silva antes de atirar para o 2-0 com a ponta da bota. Ele e o FC Porto respiraram de alívio. A qualificação dificilmente poderia fugir.

Os destaques da partida: O vaivém mexicano e a redenção de Otávio

O Belenenses aproveitou a última meia hora para limpar a imagem deixada até então, impor o seu jogo e, quiçá, sonhar com a discussão da passagem à próxima ronda. Eduardo (75’) obrigou Fabiano à defesa da noite. O guarda-redes brasileiro ainda evitou o 2-1 perto do apito final, impedindo que um desvio de Corona seguisse para o fundo da baliza.

Todavia, é justo também escrever que o FC Porto poderia ter construído um resultado mais volumoso. Soares, por exemplo, revelou-se muito perdulário e lento a decidir. Ora permitiu a recuperação aos jogadores do Belenenses (65’), ora consentiu a defesa ao guarda-redes contrário.

Uma exibição competente e, acima de tudo, segura do FC Porto que está nos oitavos de final da Taça de Portugal mantendo intacta a ambição de a conquistar.