Numa só decisão, aos 96 minutos, o árbitro Manuel Mota deu rumo a uma eliminatória que a cada momento prometia gerar um tomba-gigantes nesta terceira eliminatória da Taça de Portugal.

Léo Bonatini foi o outro protagonista do momento-chave do jogo. Foi ele que chutou forte uma bola que bateu na mão de Adilson, que estava de costas, convertendo em seguida a grande penalidade que resolveu a eliminatória.
A decisão de Manuel Mota é muito duvidosa (para não dizer inequivocamente errada, já que o remate é a queima-roupa e não haverá qualquer premeditação do jogador que terá cometido a infração); e é tanto pior considerando que Adilson acabou por ser expulso ao ver o segundo amarelo.

Equilíbrio, apesar das diferenças
Desembrulhou-se assim um jogo da Taça que mais parecia saído diretamente da liga dos últimos.
Neste caso, as incidências do jogo, desde a chuva que caiu com intensidade intermitente antes e durante a partida a um relvado que com o avançar do relógio foi cada vez mais parecendo um batatal, ajudaram a equilibrar as coisas entre duas equipas de patamares e valor muito distintos.

Em 120 minutos de futebol esforçado praticamente não notaram diferenças entre o Estoril e Gondomar, que está dois escalões abaixo.

Fabiano Soares fez descansar alguns jogadores importantes no Estoril, que diante de uma equipa que luta pela subida aos escalões profissionais na Série C do Campeonato Nacional de Seniores só conseguiu superiorizar-se a espaços.

Na primeira parte, a equipa da Linha esteve mais perto de marcar, sobretudo com Léo Bonatini, a principal referência ofensiva, que teve o golo nos pés aos 19’ e aos 37’.

O pequeno gigante quase tombou
O terreno estava pesado e a melhor preparação física notória numa formação da I Liga parecia tender a desequilibrar o jogo na segunda parte.

Puro engano. O Gondomar apareceu com garra no regresso do intervalo, ocupando bem os espaços no meio-campo e sem quebrar fisicamente. Com o lateral direito Pimenta e o avançado Jonathan em destaque, os gondomarenses estiveram até mais perto de marcar: chegou a gritar-se golo já perto do final, num remate forte de Tiago Gomes, que rasou o poste.

Houve também festejos quando Manuel Mota mostrou o segundo cartão amarelo a Anderson Esiti, deixando os estorilistas a jogarem com menos um jogador a dois minutos dos 90.

Tudo parecia pender para o Gondomar, mas no prolongamento, ao assinalar a grande penalidade polémica, o árbitro viria a reequilibrar o número de jogadores em campo da mesma assentada em que acelerava para o Estoril uma eliminatória que parecia emperrada.