Vasco Seabra, treinador do P. Ferreira, em declarações na sala de imprensa, no final da partida que ditou a eliminação dos pacenses da Taça de Portugal, após a derrota diante da Académica.

«É difícil explicar o que se passou aqui. O jogo começou dividido, acho que a Académica tem duas situações de perigo e nós uma, e depois acabamos por fazer o golo antes do intervalo. Na segunda parte a equipa esteve mais estável e tranquila não me recordo de uma oportunidade da Académica porque nós estávamos a conseguir manter a Académica afastada da nossa baliza. E nós temos uma oportunidade clara para fazer o segundo, mas não conseguimos concretizar uma grande penalidade que, a 15 minutos do fim, penso que nos daria a vitória. Mas o jogo continuou controlado por nós, e num lance que também é difícil de explicar - quando até já passava da hora - acabámos por sofre de penalty.

Emocionalmente, isso abalou-nos um bocado e colocou numa situação difícil de gerir. De qualquer forma, a equipa tentou voltar a reentrar na partida, o jogo voltou a ficar dividido, mas mais uma vez com muitas paragens. O jogo teve três horas e um quarto. Isto é praticamente desumano, do ponto de vista emocional, estar tanto tempo dentro de um campo para terminar um jogo. 

E depois, em mais uma peripécia, a bola está praticamente no círculo central quando a luz falha novamente, e o árbitro, pela primeira vez, não parou o jogo num momento em que a luz caiu.»

[O P. Ferreira vai protestar o jogo?]

«Isso será uma análise que tem de ser feita pelo departamento jurídico do clube.»

[as paragens prejudicaram mais o P. Ferreira?]

«Às vezes as pessoas tendem a dizer que prejudicam as duas equipas, mas para uma equipa que está a vencer e quer que o jogo acabe, aquilo é mais um tempo de paragem, e outro, que, emocionalmente, vai fazendo alguma mossa. Por isso, acho que é uma situação que tem de ser revista. Sete paragens é algo absurdo. Um jogo que começa às 19 horas e termina às 22.15 é uma coisa difícil de gerir, para todos.»

[qual teria sido a solução ideal?]

«A partir do momento em que se vê que isto está frequentemente a acontecer, ou se pára o jogo e partimos para uma nova situação, ou tem de se respeitar todos. Nós estivemos três ou quatro minutos para bater um livre no final da compensação da primeira parte do prolongamento, porque o guarda-redes adversário não via bem dentro da grande área. Curiosamente, aquela grande área ficou com a mesma escuridão quando foi o golo da Académica. Não pode haver esta diferenciação de controlo para duas situações semelhantes.»