Houve duas, mas não houve três. Ao terceiro duelo entre canários e dragões, o FC Porto apresentou-se autoritário na Amoreira e reclamou a vaga nos quartos de final da Taça de Portugal, com uma goleada que incluiu um hat-trick de Evanílson que, com golos em todos os jogos da Taça, já é o melhor marcador da competição. Sérgio Conceição foi bem mais feliz do que Vasco Seabra nas muitas alterações que os dois treinadores apresentaram esta noite nas respetivas equipas.

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Duas equipas ainda a curar as feridas dos resultados negativos da última jornada da Liga, com os dois treinadores a optarem por novas soluções, algumas delas surpreendentes. Sérgio Conceição fez quatro, com destaque para o novo meio-campo, com Alan Varela e Nico González, enquanto Vasco Seabra foi mais longe e mudou mesmo sete jogadores em relação ao desaire de Alvalade, mas, neste caso, destacamos a mudança de posição de Rodrigo Gomes, que jogou mais adiantado do que é habitual e acabou por perder a influência que tem tido na equipa da Linha.

Um jogo que começou, desde logo, muito aberto, com o FC Porto com um bloco muito subido, a entornar o seu jogo para o lado esquerdo, onde se destacava Wendell a explorar muito bem as costas de Heriberto, mas com um Estoril, com um jogo interior muito forte, a responder também com transições rápidas. Logo nos primeiros instantes da partida, o FC Porto beneficiou de cinco cantos, num espaço de poucos minutos, mas o Estoril, nesta altura, ainda conseguia sair a jogar e até esteve perto de abrir o marcador, com destaque para um remate de Cassiano que Diogo Costa defendeu para a frente e João Marques, na recarga, ficou muito perto de abrir o marcador.

Foram apenas dez minutos de jogo aberto, depois passou a ser um jogo de sentido único, com o FC Porto a calibrar as marcações, com Pepê a jogar quase como terceiro médio, e a conseguir fixar o seu bloco bem perto da área do Estoril. Os canarinhos caíram na armadilha e ficaram manietados, sem soluções para sair do sufoco, ao ponto de já se a adivinhar o primeiro golo do jogo, com as oportunidades a sucederem-se umas atrás das outras, agora já sem resposta da equipa de Vasco Seabra, cada vez mais amarrada no seu terço defensivo.

Foi nesta altura que Pepe, com um passe espetacular, encontrou Evanilson na área, com um passe longo que o brasileiro, entre dois centrais, acolheu no peito, antes de rematar para o topo das redes. Um golo de belo efeito que confirmava de forma clara o evidente ascendente do FC Porto e abria caminho uma vantagem que viria a ganhar solidez ainda antes do intervalo. Alan Varela teve uma dupla oportunidade para dilatar a vantagem nos instantes seguintes, mas Dani Figueira, com duas grandes defesas, adiou o segundo jogo que acabou por chegar desde a marca dos onze metros, depois de uma falta evidente de Mangala sobre Francisco Conceição. Evanilson, com um remate colocado, bisou no jogo e passou, desde logo, a ser o melhor marcador da Taça, com cinco golos.

Ainda faltavam quinze minutos da primeira parte e o FC Porto, com o Estoril sem conseguir esboçar uma reação, desperdiçou várias oportunidades para matar a eliminatória antes do intervalo, com destaque para Francisco Conceição que, isolado diante de Dani Figueira, atirou ao lado, tal como Nico Gonzalez, mesmo a fechar a primeira parte.

Evanilson completa hat-trick, Galego fecha as contas

Vasco Seabra não esperou mais e, logo a abrir a segunda parte, procurou recuperar automatismos da sua equipa, lançando Holsgrove e Rafik Guitane, dois jogadores que já tinham marcado ao FC Porto esta época. O Estoril melhorou, mas o FC Porto não abdicou do controlo quase total e chegou mesmo ao terceiro golo, logo a abrir, em mais um lance espetacular protagonizado por Evanilson. O brasileiro começou o lance, com uma abertura para Pepê subir pela esquerda, depois apareceu na área, deixou a bola passar por entre as pernas, para Wendell que, no corredor central, amorteceu-a para o avançado completou o hat-trick, o segunda da temporada, depois dos três golos que já tinha marcado ao Antuérpia.

O Estoril, com novas alterações, nunca baixou os braços, chegou mesmo a ameaçar um golo, mas foi o FC Porto que acabou por chegar à goleada, a quinze minutos do final, com Pepê, muito em jogo nesta altura, a lançar Galeno para a área e o brasileiro, com todo o espaço do mundo, a marcar como quis. Agora sim, estava feito.

Depois das derrotas na Liga e na Taça da Liga, o FC Porto não permitiu um terceiro desaire, e segue em frente na Taça de Portugal, na defesa do título conquistado na temporada passada. Sérgio Conceição soma, aliás, dezassete vitórias consecutivas nesta competição, um recorde na prova rainha.