O Caldas afastou o Arouca neste domingo (1-1 ap, 3-1 gp) e chegou pela primeira vez aos oitavos de final da Taça de Portugal. Prémio para um clube «especial», diz quem lá anda.

«Nas duas últimas épocas o Caldas já tinha disputado a quarta e a terceira eliminatória (no ano passado e ficou sempre aquele amargo de boca de sermos sempre derrotados pela margem mínima e hoje acho que fomos felizes e que merecemos ser felizes», afirmou no final Rui Almeida, jogador do Caldas, citado pela Lusa: «Agora venha quem vier, vamos desfrutar este momento, continuar a valorizar os jovens que crescem aqui.»

«Gosto sempre de destacar que o Caldas tem 11 atletas da formação no plantel sénior. Eu desafio os presentes a investigarem quantos clubes conseguem fazer isso», prosseguiu: «Hoje conseguimos escrever uma página importante na história do clube e nas nossas humildes carreiras. Conseguimos dar uma visibilidade ao clube que acho que é merecida pelo trabalho que aqui é desenvolvido. Somos um clube especial e quem passa por aqui pode comprovar isso.»

José Vala, o treinador do clube que disputa o Campeonato de Portugal, fala num «momento histórico»: «O Caldas já tinha chegado a uma quinta eliminatória, mas acho que correspondia aos 16 avos de final, em relação aos oitavos de final acho que é mesmo a primeira vez», afirmou, para abordar o jogo e os momentos decisivos: «Nos penáltis era uma lotaria, mas tinha a convicção de que nós ganhávamos porque senti uma grande confiança na equipa. Há coisas que não se explicam, mas senti que se fossemos para as grandes penalidades acabaríamos por conseguir aquilo que conseguimos.»

«Clubes como o Caldas querem sempre que venha aqui um Sporting ou um Benfica, mas acima de tudo acho que agora já se vai falar um bocadinho do Caldas e esta vitória é extremamente importante por causa disso, mesmo no nosso campeonato o Caldas é um clube que já começa a ser cada vez mais uma exceção», afirma ainda: «Somos ainda daqueles poucos clubes que treinam ao fim do dia, mesmo na nossa divisão a maioria dos clubes já treina de manhã, vivemos à base de jogadores das Caldas ou dos concelhos vizinhos, somos uma exceção neste campeonato e no nosso próprio campeonato e, portanto, é bom que agora se fale do Caldas, porque esta gente que trabalha, o clube e a cidade merecem.»

Miguel Leal, treinador do Arouca, lamentou o resultado: «Não acho a vitória do Caldas merecida, mas tenho de lhe dar os parabéns porque ganhou. Começámos mal o jogo, a primeira parte foi sofrível e depois tivemos lances cruciais, nomeadamente o penálti para fazer o empate. Na segunda parte fomos claramente superiores e no prolongamento não conseguimos jogar porque não nos deixaram. Estavam três equipas em jogo, está tudo dito.»

O técnico admitiu depois que está difícil o regresso do Arouca à Liga, quando é 9º na II Liga: «Temos um caminho longo para percorrer, muita coisa a mudar, mas só com trabalho e concentração máxima naquilo que nós queremos e que é o objetivo: a subida. Quando peguei na equipa já íamos com muito atraso. Agora estamos mais perto, mas mesmo assim temos muito caminho para andar. Esta equipa precisa de amadurecer, precisa de ganhar mais consistência e mais estabilidade emocional. É nisso que temos de apostar.»