O vencedor que se esperava e da forma que também seria a mais previsível. O FC Porto segue em frente na Taça de Portugal, depois de vencer o Varzim, num jogo difícil e que obrigou os dragões a vestir fato-macaco. Já se previa que assim fosse, pelo que a equipa de Julen Lopetegui só tinha de fazer o que lhe competia: fazer por merecer o triunfo. E fez.

Podia ter conseguido outros números, podia ter descansado mais cedo. Mérito do Varzim, a somar a alguns erros dos portistas na fase decisiva do ataque (sobretudo na segunda metade) e, porque também é preciso dizer, um ou outro percalço da equipa de arbitragem, sobretudo um golo mal anulado a Osvaldo ainda com o marcador em branco.

O Varzim colocou-se, quase a tempo inteiro mas sobretudo na primeira metade, muito subido no terreno. Uma pressão constante sobre os homens de azul, esta noite com o traje que manda a tradição, mas rostos bem diferentes.

Lopetegui mudou todos os setores, da baliza ao ataque, descansando tropas e moralizando outras. Tello e Bueno, sobretudo. Os dois foram os melhores do FC Porto em campo, construindo, inclusive, a jogada do golo inaugural.

Ordem inversa: Bueno primeiro, Tello depois. O passe do ex-Rayo Vallecano saiu rasgadinho, mas Tello fez uso da sua velocidade, bem superior à de Sandro que não fez o corte, e na cara de Ricardo atirou certeiro.

O golo desbloqueou o jogo e acalmou o FC Porto, incomodado pelo início atrevido do rival. É que a equipa procurava, ainda, entender-se em campo face às muitas novidades. Helton voltou ao onze, Lichnovsky estreou-se com muitos nervos à mistura, Cissokho teve nova oportunidade para causar boa impressão.

Apenas Layún e Imbula, opções regulares, jogaram de início e a verdade é que passou, muito, pelo seu comportamento, a chave para desbloquear o encontro. O francês cedo encostou na linha dos centrais, assumindo a primeira fase de construção, algo que nem Lichnovsky, nem Indi fazem habitualmente. O chileno abria espaço na direita e empurrava Layún para a frente. O mexicano ficava solto e foi muito por ali que o FC Porto começou a desequilibrar.

O Varzim ainda tentou um ar da sua graça depois do golo de Tello, mas, na melhor ocasião que dispôs, Rui Coentrão atirou ao lado. Serviu, apenas, para colocar em sentido os homens de Lopetegui. O jogo não estava ganho.

A noite para esquecer de Dani Osvaldo

Antes do intervalo, Osvaldo foi perdulário na cara de Ricardo e deu o mote para uma segunda metade desastrada. À sua conta teve mais de um par de perdidas, uma delas escandalosa de baliza aberta. Noutra, tentou um chapéu bonito, que saiu ao lado. Noutra ainda…marcou. Mas o golo foi de novo anulado por fora de jogo. Este bem tirado.

Há noites assim e o internacional italiano vai querer, rapidamente, esquecer esta.

O jogo, esse, foi diferente no segundo tempo. Houve mais FC Porto, menos Varzim. A pressão do primeiro tempo teria custos e viram-se cedo. A lesão de Abel, que limitou as substituições também não ajudou.

O FC Porto, como se disse no início, ficou a dever a si próprio outros números no marcador. Teve futebol para isso, sem ser deslumbrante. Conseguiu o segundo golo, por André André, que recebeu a ovação da noite num regresso a «casa», em cima dos descontos. Não deveria ser preciso esperar tanto.

Ficou o mais importante: vitória, apuramento e, já agora, dois jogadores «ganhos». Tello e Bueno podem construir uma nova imagem na época a partir do que mostraram esta noite. Lopetegui gostou, certamente.