Pouco depois de o Sporting ter gelado o ninho do dragão, como já não acontecia há 49 anos, o Benfica confirmava, na Covilhã, ter encontrado uma alternativa valiosa para a difícil sucessão da dupla Cardozo-Rodrigo. Aos 30 anos, no primeiro jogo como titular pelos encarnados, Jonas assinou o terceiro hat-trick da carreira, repetindo as proezas conseguidas em dezembro de 2013, no Valência (diante do Osasuna) e em outubro de 2010, pelo Grémio (frente ao Grémio Barueri).
Nem mesmo os mais otimistas dos adeptos encarnados esperam que o internacional brasileiro mantenha - nas provas domésticas, apenas - a cadência goleadora (4 tentos em 135 minutos) mas quem viu o jogo sente-se tentado a concordar com Jorge Jesus quando este vê qualidade extra no avançado libertado pelo Valência: «É um jogador diferente», resumiu.
A noite de Jonas não deve fazer esquecer os outros pontos de realce da noite serrana. O primeiro, a boa imagem deixada pela equipa de Francisco Chaló, que deu a volta a um penálti madrugador e, mesmo depois do efeito-Jonas, esteve até ao fim a discutir o resultado. O segundo, os riscos assumidamente corridos por Jorge Jesus, ao apresentar um onze radicalmente desligado do habitual, que permitiu quatro estreias oficiais pelos encarnados. Entre elas a de um jovem, Gonçalo Guedes, destinado a dar que falar – isto, claro, se tiver direito a mais oportunidades como esta, o que não é garantido.
Aves, Varzim e Santa Maria: três tiros nos porta-aviões
Mas é claro que a jornada de Taça não pode, nem deve, resumir-se aos destinos dos grandes. Numa eliminatória que deixou pelo caminho cinco equipas de I Liga (Estoril, Académica e Boavista, além de FC Porto e Arouca, que foram eliminados por «iguais») honras de grande destaque para um reincidente na arte dos tomba-gigantes: o Santa Maria, modesto clube de Barcelos, atualmente em 7º lugar na Série A do Campeonato Nacional de Seniores, que deixou a Académica pelo caminho, um ano depois de ter feito a mesma «gracinha» diante do Nacional. Um bis, em anos consecutivos, que começa a fazer desta equipa um clássico da Taça portuguesa. Convém não esquecer que a aura mítica da Taça se faz de imagens como esta:
O Santa Maria não foi o único a dar um salto de dois escalões: na Póvoa, um histórico do futebol português, o Varzim, treinado por outro histórico, Vítor Paneira, conseguiu deixar pelo caminho o europeu Estoril. Uma proeza que remete para a epopeia de 2007, quando o atual segundo classificado da Série B do CNS conseguiu uma das grandes proezas no seu historial da Taça, eliminando o Benfica na Póvoa.
O trio de ases desta ronda fica completo com o Desp. Aves, 18º classificado da II Liga, que até entrou a perder no seu jogo com o Boavista, mas acabou por dar a volta por cima, completando com goleada (4-1) a eliminação do histórico portuense.
No resto, com maior ou menor dificuldade, pode dizer-se que a lógica imperou, ainda que tenha sido forçada a recorrer a prolongamento (como no caso da passagem do Belenenses) ou até penaltis (como aconteceu com o Penafiel). Numa ronda em que a goleada mais ampla foi conseguida pelo Desp. Chaves, diante do Cova da Piedade (7-0), destaque para a solidez comprovada de equipas com ambições na prova, como Sp. Braga, V. Guimarães, Paços, Marítimo e Nacional, todos a assinarem vitórias robustas diante de equipas de escalões inferiores.
Por fim, menção honrosa para as oportunidades concedidas e bem aproveitadas por jovens à espera de um lugar ao sol. Se o caso de Gonçalo Guedes, no Benfica, é o mais mediático, os bons desempenhos, com golos, de Jota (Paços de Ferreira) e Yann (V. Setúbal), entre outros, deixam-nos com vontade de saber mais sobre eles. E é também disto que se faz o encanto da Taça.
Resultados e apurados
Sexta-feira:
Atlético-Beira-Mar, 3-0
Sábado:
Pedras Salgadas- Trofense, 1-3
Varzim -Estoril, 2-1
Olhanense-
Oriental
, 2-4
Desp. Aves
-Boavista, 4-1
FC Porto-
Sporting
, 1-3
Feirense
-Amora, 5-1
Sp. Covilhã-
Benfica
, 2-3
Famalicão-Sp. Pombal, 2-1
Domingo:
Domingo:
Casa Pia-
Vizela, 1-4 (ap)
Sourense- Santa Eulália, 0-1
Mortágua- Fafe, 1-3
Operário-Tirsense, 3-1
Vitória Sernache- Vieira, 1-1 (1-4 após gp)
Salgueiros 08- UD Oliveirense, 1-3
Riachense-Benfica e Castelo Branco, 2-1
Gil Vicente -Real Sport Clube, 2-1
Marítimo-Gondomar, 4-0
Desp. Chaves-Cova da Piedade, 7-0
Serzedo- Sp. Espinho, 1-1 (7-8 gp)
Freamunde -Felgueiras, 3-2 (ap)
Ribeirão-Torreense, 2-0
Coimbrões- Rio Ave, 0-1
P. Ferreira-Atlético Reguengos de Monsaraz, 4-0
AD Oliveirense- Belenenses, 2-3 (ap)
Moura-Vitória Guimarães, 0-2
Penafiel-Tondela, 2-2 (4-3)
Santa Maria-Académica, 1-0
Nacional-Alcanenense, 6-1
Sp. Braga-Alcains, 4-1
Moreirense -Pedras Rubras, 2-1
Vitória Setúbal-Arouca, 1-0
Sourense- Santa Eulália, 0-1
Mortágua- Fafe, 1-3
Operário-Tirsense, 3-1
Vitória Sernache- Vieira, 1-1 (1-4 após gp)
Salgueiros 08- UD Oliveirense, 1-3
Riachense-Benfica e Castelo Branco, 2-1
Gil Vicente -Real Sport Clube, 2-1
Marítimo-Gondomar, 4-0
Desp. Chaves-Cova da Piedade, 7-0
Serzedo- Sp. Espinho, 1-1 (7-8 gp)
Freamunde -Felgueiras, 3-2 (ap)
Ribeirão-Torreense, 2-0
Coimbrões- Rio Ave, 0-1
P. Ferreira-Atlético Reguengos de Monsaraz, 4-0
AD Oliveirense- Belenenses, 2-3 (ap)
Moura-Vitória Guimarães, 0-2
Penafiel-Tondela, 2-2 (4-3)
Santa Maria-Académica, 1-0
Nacional-Alcanenense, 6-1
Sp. Braga-Alcains, 4-1
Moreirense -Pedras Rubras, 2-1
Vitória Setúbal-Arouca, 1-0