Declarações de Miguel Cardoso, treinador do Rio Ave, na sala de imprensa do Estádio do Rio Ave, após o triunfo nos oitavos de final da Taça de Portugal, ante o Benfica:

[Momento da época?]

«Identifico nesta vitória apenas o resultado. Não queria de todo que o grupo interpretasse o momento como sendo o momento alto, mas a consequência do trabalho que vamos fazendo. Por vezes sorrimos, por vezes choramos. A diferença é a atitude.»

[Chave para a vitória?]

«Tinha dito na antevisão que a diferença entre a grandiosidade e a mediocridade era o espírito de equipa. A equipa foi e crescendo ao longo do jogo e acaba por ter um resultado que é a procura de estabilidade permanente. Quando se joga com equipas desta dimensão, o respeito por elas passa pelo respeito por nós próprios. Jogar contra equipas desta dimensão é sempre um desafio.»

[Jamor?]

«Temos consciência que fizemos duas eliminatórias com grau de dificuldade brutal. Vencer o Sp. Braga e o Benfica são feitos importantes. Só por si, isso marca uma campanha, independentemente de onde ela nos levar. Temos um grupo de jogadores ambiciosos e o que eu faço é potenciar essa vontade. Há uma diferença grande entre gerir possibilidades e probabilidade. Acredito que é na procura da probabilidade que vamos ser felizes, em vez da possibilidade. Que o sorteio seja capaz de nos permitir algum respiro.»

«O maior risco que temos na vida é não arriscar. Foi um compromisso que estabelecemos com a equipa. Que arriscando estaríamos mais perto de não correr riscos. O intervalo foi importante para retificar algumas questões. A equipa percebeu, foi feliz a entrar e fazer golos, mas também justo. Tenho a certeza que quando não conseguimos vencer, estaremos com a mesma estabilidade.»

[Travar Benfica duas vezes na mesma época?]

«Preparar o outro jogo não foi a mesma que preparar este. Sabíamos que os médios do Benfica iam ser atraídos aos nossos médios e havia espaços entre linhas que podíamos explorar. Pôr uma equipa como o Benfica a jogar sem bola seria um desafio muito grande. Mas o que mais dúvida iria criar ao adversário. A saída do Luisão é fundamental, mas a partir daí o foco foi tentar instalar ainda mais a crise do Benfica sem bola.»

«O Miguel Cardoso é um treinador que irá fazer o seu caminho. O meu impacto é que os jogadores do Rio Ave possam ser valorizados, que possam ser mais jogadores. Esse é o impacto que eu posso ter.»