Foi desde a marca dos 11 metros, mas merecido. O Nacional apurou-se para os oitavos de final da Taça de Portugal após bater o Casa Pia, por 6-5, nos penáltis, em jogo da 4.ª eliminatória da prova que foi disputado na Choupana e que não mostrou diferenças de vulto entre equipas que militam em escalões distintos.

O duelo entre o líder da II Liga e o 15.º colocado da primeira não teve direito a golos no tempo regulamentar, nem o prolongamento, que viu um Nacional muito mais esforçado em evitar a ‘lotaria’ do desempate por grandes penalidades, sobretudo pela entrega demonstrada no prolongamento.

A partida arrancou com ambas as equipas a tentarem impôr o seu jogo. O Casa Pia, mais ofensivo, criou a primeira situação de perigo logo aos seis minutos, mas Jaja, ainda que já com pouco ângulo, atirou fraco e ao lado da baliza à guarda de Lucas França. A reação madeirense foi imediata, mas Dudu não fez melhor, cruzando muito mal quando tinha dois colegas em boa posição no coração da área.

A equipa do estreante Pedro Moreira foi revelando uma maior postura ofensiva, colocando em sentido a defesa madeirense num par de ocasiões. Mas o Nacional, que assentava o seu jogo na posse de modo a construir um futebol mais apoiado, começou a impor-se e, à passagem da meia hora, começou a levar a água ao seu moinho.

O golo esteve para surgir aos 33m, mas Ricardo Batista foi lesto a fazer a mancha e a negar o remate de Carlos Daniel, que momentos antes havia assinado um lance de grande perigo, mas anulado por fora de jogo.

De um momento para o outro, os comandados de Tiago Margarido estavam por cima do jogo e o último reduto casapiano sentia grandes dificuldades para sair a jogar, com os madeirenses a ganharem bolas em zonas proibidas, mas sem conseguirem optar pela melhor definição na hora de tentar desfeitear o guardião visitante. Mas também faltou uma ponta de sorte, que o diga Carlos Daniel, que viu um remate com selo de golo ser desviado in extremis por um defesa.

Antes do intervalo, o balanceamento ofensivo madeirense quase foi castigado por um erro de Paulo Vitor, mas o cabeceamento de Clayton saiu um pouco ao lado.

Do descanso voltaram os mesmos onzes e a um Casa Pia novamente disposto a manter-se próximo da baliza de Lucas França. O Nacional regressou mais solto e objetivo, com Luís Esteves na condução de transições que levaram algum perigo à baliza de Ricardo Batista, com destaque para um lance aos 55m em que Macedo surgiu sozinho na cara de golo.

Os lisboetas reagiram, e foi a vez de Lucas França brilhar, ao negar, com uma grande defesa, um remate de Clayton, embora tenham ficado muitas dúvidas se o avançado não estava em fora de jogo.

A partida entrou em modo de parada e resposta, mas com as defesas a levarem a melhor, mas por vezes com faltas em zonas de grande perigo. Aos 76m, Luís Esteves, através da cobrança de um livre na meia lusa, levou a bola a passar muito perto da barra de Ricardo Batista.

Na reta final, Carlos Daniel, aos 85m, não teve olhos para os colegas que tinha em melhor posição e optou por um remate que saiu muito por cima. Na resposta, tês minutos depois, Yuki Soma, foi bem isolado mas rematou por cima perante a saída de entre os postes de Lucas França. Os 90 minutos chegaram com o Nacional da grande área casapiana, mas Ricardo Batista anulou o canto, confirmando o prolongamento.

Na primeira parte do prolongamento, assustou primeiro o Nacional, com Raimar a rematar por alto, após deambular perto da linha da grande área. Depois foi Yuki Soma, em melhor posição, a dar o mesmo destino à bola. Depois só deu Nacional, com Chucho e Gustavo Silva a desperdiçarem boas ocasiões na cara de Ricardo Batista.

O Casa Pia foi vivo para o descanso do prolongamento sem saber bem como, e para a etapa final, voltou a sofrer perante um Nacional mais esclarecido e fresco fisicamente, mas sem capacidade para definir com qualidade, adiando assim a decisão da eliminatória para a marca dos 11 metros.

A primeira série terminou empatada a quatro golos. No ‘mata-mata’, João Aurélio fez o 6-5, tendo Lucas França travado o remate de Zolotic, libertando a festa dos madeirenses.