O Benfica foi à “Rainha das Termas de Portugal” garantir as meias-finais da prova rainha. Entrou a sorrir e saiu a ganhar (1-2), mas não se livrou de alguns sustos. Saiu com a propriedade mais benéfica – o resultado – mas não tirou de Vizela todos os fins terapêuticos. Sobretudo na constância exibicional e o final de jogo, com a diferença mínima, foi disso prova.

Arthur Cabral adiantou as águias aos 34 minutos e o golo de João Mário, ao minuto 65, parecia claramente ser a receita para um final de jogo tranquilo. O Vizela disse logo que não e o golo de Sava Petrov, três minutos depois, mostrou que a equipa de Rubén de la Barrera tinha outra cara para dar e acabou a dificultar o tratamento que o Benfica tinha dado até então, com mérito, ao jogo e ao marcador.

Foi, pode até dizer-se, mais ou menos o filme do jogo para o campeonato em Vizela, em setembro. O Benfica teve dois golos de vantagem, até deveu a si outra margem, mas acabou com a diferença mínima. Segue-se o Sporting nas meias-finais, num duelo que promete. Como sempre, sem dúvida.

Com Álvaro Carreras em estreia no onze, mais os regressos de Kökçü e João Mário ao onze inicial, o Benfica entrou positivo. Forte. Ao ataque, com presença constante no meio-campo ofensivo e as oportunidades foram surgindo com alguma naturalidade.

A primeira foi de Rafa, aos quatro minutos, mas a bola passou a centímetros do poste. Pouco depois, Francesco Ruberto negou o golo a Arthur Cabral (9m) e brilhou ainda mais com uma grande defesa a remate de Kökçü, que levava selo de golo (13m), na sequência de uma ocasião não concretizada por João Mário à boca da baliza.

Do outro lado, embora com menos chegada, o Vizela mostrou que tem argumentos para poder pensar numa segunda metade de época mais positiva. Matheus Pereira e, sobretudo, Domingos Quina, tentaram dar algum aval ofensivo à equipa e foi do médio ofensivo cedido pela Udinese que surgiu um remate perigoso ao minuto 16.

Mas o Benfica foi estando sempre mais perto e acabou por ser eficaz ao explorar, numa de várias vezes que conseguiu, as costas da defesa vizelense e a subida desta. Numa saída rápida para ataque, João Mário lançou Rafa na profundidade a meio-campo e o português, depois de encarar Bruno Costa, assistiu Arthur Cabral para a conclusão perto da zona de penálti (34m).

Na segunda parte, o Benfica voltou a ser quem mais esteve perto da baliza contrária. E a vantagem dobrou quando João Mário, após um cruzamento de Aursnes que Arthur Cabral não conseguiu concluir da melhor forma, rematou para bater Ruberto (65m)

A vantagem ajustava-se. A diferença, eventualmente, sim. Mas Petrov operou a resposta pronta e relançou o Vizela para cerca de 25 minutos finais de maior entusiasmo.

Mesmo com as entradas de Marcos Leonardo e Morato, o Benfica viu-se em algumas dificuldades que não tinha tido até então e Florentino e Bah acabaram por entrar para ajudar, mais do que ao ataque, à defesa da vantagem. Di María até teve a melhor ocasião para novo golo – valeu um belo voo de Ruberto – mas o Benfica acabou a selar o apuramento com uma receita escrita com a margem mínima.