A FIGURA: Jonas. Saltar do banco para ajudar a decidir

Depois do deserto de ideias que foi a primeira parte do Benfica, Rui Vitória não hesitou e ao intervalo foi buscar ao banco o goleador da equipa. Jonas levou os encarnados para a frente, revelando-se a referência que estava a faltar ao futebol dos encarnados, ajudando, com as suas movimentações, a desposicionar as linhas mais recuadas dos arsenalistas. Marcou o golo do empate, não desperdiçando na cara de Matheus e fez o passe para o segundo.

 

O MOMENTO: erro de Matheus dá final da Taça da Liga ao Benfica

Galvanizado pelo golo de Jonas, o Benfica estava melhor na partida e apertava o cerco à área do Sp. Braga. Ainda assim, foi num lance sem perigo aparente que chegou ao 2-1. Jonas recuou até à zona do meio-campo e tentou lançar Jiménez. A bola parecia ao alcance do guarda-redes do Sp. Braga, que falhou o carrinho de forma incrível e acabou por dar a final da Taça da Liga ao Benfica. Uma mancha enorme numa exibição que até estava a ser positiva.

 

OUTROS DESTAQUES:

 

Raúl Jiménez: muito lutador e móvel no ataque, o mexicano foi sempre um bico-de-obra para os homens do setor mais recuado dos arsenalistas. Participou em alguns dos melhores apontamentos ofensivos dos encarnados e esteve perto de marcar aos 37 minutos, mas Matheus evitou o empate com uma defesa de grau elevado. No segundo tempo voltou a ameaçar depois de uma receção com o peito. À terceira foi mesmo de vez: aos 71 minutos, aproveitou uma saída falhada de Matheus para resolver a meia-final da Taça da Liga. Dá a sensação de que é o jogador em melhor forma no Benfica nesta fase da época.

 

Grimaldo: estreou-se a titular pelo Benfica nesta noite e foi um dos melhores da equipa de Rui Vitória. Muito participativo nas manobras ofensivas, revelou ainda boa visão de jogo quando, logo no início da partida, lançou Jiménez nas costas da defesa bracarense. Igualmente ativo na segunda parte, mostrou que pode ser uma alternativa válida a Eliseu.

 

Luisão: mais de cinco meses depois da fratura do braço esquerdo, o capitão voltou a jogar. Fez dupla com Lindelof no eixo da defesa e não comprometeu nas vezes em que foi chamado a intervir.

 

Carcela: teve uma primeira parte muito discreta, mas cresceu (e de que maneira) no segundo tempo. Após a saída de Salvio passou para a faixa direita e foi a partir dali que ajudou a dar velocidade e clarividência ao jogo ofensivo dos encarnados. Grande assistência para Jonas no golo da igualdade.

 

Luiz Carlos: o trinco brasileiro é um poço de forças e voltou a mostrá-lo nesta noite. Ajudou a secar a construção de jogo do Benfica pelo centro do terreno, forçando muitas vezes o erro da equipa da casa. Sentiu mais dificuldades na etapa complementar, altura em que os extremos dos encarnados começaram a procurar mais movimentações interiores que resultaram por vezes em superioridade numérica no eixo do terreno.

 

Rafa: remate colocadíssimo fora do alcance de Ederson, a abrir o marcador aos 19 minutos. É um dos melhores executantes da Liga com a bola nos pés e tem uma leitura de jogo muito acima da média. Com as linhas do Sp. Braga muito recuadas e a equipa de Paulo Fonseca a abdicar da bola entre até ao 2-1 do Benfica, teve poucas oportunidades para fazer a diferença.

 

Aarón: entrou a dez minutos do final da partida para o lugar de Mauro, mas conseguiu agitar o jogo e alimentar a incerteza no marcador até ao último segundo. Quase marcou à entrada para os descontos. Devia ter sido lançado mais cedo por Paulo Fonseca.