Uma avalanche de futebol.

Rui Vitória tinha alertado na antevisão para as dificuldades que o renovado Vizela poderia trazer ao Benfica, pedindo que a equipa não deixasse que o adversário tornasse o jogo difícil.

Pois bem, não deixou. Nem por sombras.

Esta crónica é praticamente de sentido único, porque foi assim também que decorreu a partida.

FILME DO JOGO

Do início ao fim foi um embate de sentido único. O vermelho e branco das camisolas do adversário terão confundido os jogadores do Vizela, que o interpretaram como sendo um sinal de proibido. Chegados ao meio-campo foi proibido avançar. Ou algo do género.

Mesmo com muitas mexidas no onze inicial, o Benfica entrou a todo o gás e só um começo igualmente bom do guarda-redes do Vizela impediu o golo que já espreitava há muito tempo.

Investidas no ataque foram muitas, demasiadas até para um jogo que se previa minimamente competitivo. O Benfica fez o que quis da equipa da II Liga e com relativa facilidade chegou ao intervalo em vantagem, graças a um golo de Mitroglou aos 27 minutos.

O 1-0 ao intervalo era justo mas não espelhava de maneira alguma a superioridade das águias no primeiro tempo. Para se ter uma ideia, a nível de posse de bola andou em qualquer coisa como 72% para o Benfica, contra 28% do Vizela.

A segunda parte foi por isso uma continuação do que tinha ficado a meio. Os encarnados voltaram a entrar na máxima força, a querer resolver o jogo, assumindo rapidamente as rédeas do jogo.

Ainda alguns se recompunham nas bancadas e Lisandro López fez o segundo na sequência de um canto cobrado na direita. O quarto golo do central argentino esta época, apesar de não ser opção regular.

A toada seguiu-se durante mais uns minutos, altura em que o regressado Jonas decidiu voltar aos golos. E que bela forma de começar.

O avançado brasileiro, que regressou às primeiras escolhas do Benfica quatro meses depois, pediu para cobrar um livre direto e fê-lo de forma irrepreensível, não dando hipóteses de defesa a Pedro Albergaria, cuja noite foi de trabalhos redobrados.

Jonas abriu a torneira e três minutos depois bisou, desta feita de cabeça, coroando uma exibição e um regresso de sonho certamente.

Com o jogo mais do que resolvido, Rui Vitória procurou dar minutos aos jogadores menos utilizados, fazendo descansar alguns dos que costumam ser primeira opção.

O Vizela disse presente aos 81 minutos apenas, quando Kukula fez o primeiro remate digno desse nome para defesa tranquila de Ederson.

O Benfica foi gerindo o resultado até ao final, sem nunca deixar de procurar o quinto golo.

Apesar das tentativas, o resultado manter-se-ia igual. Um 4-0 que relata até de forma pouco justa aquilo que foi uma verdadeira avalanche ofensiva por parte das águias. Nem deixou respirar o Vizela, que assim se despediu sem glória da Taça da Liga.

O ano começou com bom futebol na Luz. Contra uma equipa de escalões secundários, é verdade, mas ainda assim uma mostra do poderio que a equipa encarnada apresenta nesta altura da época.