O Sp. Braga apurou-se esta quarta-feira para a final-four da Taça da Liga após bater o Marítimo, na Madeira, por 0-1, com o golo a ser marcado já em período de descontos e com os insulares reduzidos a dez jogadores, devido a lesão de Gottardi. O guardião brasileiro lesionou-se perto do final e teve de ser substituído na baliza pelo central e compatriota Maurício.

A equipa insular fez tudo para vencer o jogo e qualificar-se, mas foi também muito perdulária ante um Sp. Braga que só chegou a incomodar realmente o último reduto do Marítimo quando esteve em superioridade numérica.

O Marítimo entrou em campo sabendo que dependia de si próprio para se apurar, e até que poderia bastar-lhe um empate para o conseguir. Evitar correr riscos até ser estritamente necessário, resume bem a estratégia que Daniel Ramos delineou para o início do jogo. Mas sem esquecer o que estava para acontecer no jogo entre Rio Ave e Sp. Covilhã.

A iniciativa de jogo foi assim concedida pelos insulares ao Sp. Braga de Jorge Simão, a quem só a vitória assegurava o bilhete para o Algarve. Foi assim que os “guerreiros do Minho” se instalaram com alguma naturalidade no meio campo defensivo do Marítimo e revelaram-se, durante os primeiros 20 minutos, muito mais ativos junto da baliza de Gottardi.

Neste período, os bracarenses conquistaram vários cantos, alguns de forma consecutiva, mas o ataque minhoto, que teve em Wilson Eduardo o seu elemento mais esclarecido e perigoso, não conseguiu armar um lance capaz de produzir perigo real.

Contra a corrente do jogo, até coube ao Marítimo criar a primeira oportunidade golo. Aos 13’, Patrick deu o melhor seguimento a um contra-ataque rápido e bem desenhado da sua equipa e serviu Fransérgio, mas este, já perto da pequena área e sem marcação, atirou por cima da baliza.

Foi a partir da meia hora de jogo, já depois de se saber há já algum tempo que o Rio Ave estava a ganhar ao Sp. Covilhã, que o Marítimo começou a instalar-se no meio campo ofensivo dos minhotos. O empate já não era suficiente... e com isso ganhou o futebol, pois o jogo começou a ficar muito mais intenso e emotivo, embora com poucos lances de perigo junto de ambas as balizas.

Neste novo cenário foram os insulares a estar mais perto de inaugurar o marcador. Numa jogada conduzida pela direita, a bola vai ter com Dyego Sousa que amortece sem demoras para o colega Alex Soares, mas o médio deixou-se antecipar por Artur Jorge, numa altura em que o estádio já gritava golo...

O intervalo chegou com um nulo aceitável, tendo em conta as escassas oportunidades de golo criadas. O reatamento prometia, pois o Rio Ave continuava virtualmente apurado para a final-four.

Jorge Simão foi o primeiro a fazer alterações, fazendo entrar Pedro Santos por troca com Ricardo Horta ao intervalo. O Sp. Braga voltou a entrar mais forte, mas desta feita sem o consentimento do Marítimo.

Battaglia, aos 56’, obrigou o guardião insular Gottardi a uma defesa apertada, mas logo de seguida, na sequência de um contra-ataque rápido, Dyego Sousa teve quase tudo marcar o primeiro do jogo para o Marítimo. Atirou por cima na cara de Matheus.

Aos 63', foi a vez de Daniel Ramos mexer no seu onze inicial, colocando António Xavier em campo e pedindo a Ghazaryan para descansar mais cedo. O Marítimo ganhou profundidade e passou a dominar o encontro claramente. Pouco depois do minuto 70’, a equipa madeirense esteve perto de marcar por duas vezes e num espaço de pouco mais de dois minutos. Valeu o gigante Matheus, que no «cara a cara» com Fransérgio, primeiro, e com Edgar Costa, depois, manteve as suas redes suspensas com duas grandes defesas.

A partida entrou depois numa toada de parada e resposta, claramente numa fase do tudo ou nada, com ambos os técnicos a esgotarem as substituições (Rio Ave vencia por 2-0).

O momento do jogo ocorreu aos 86'. O guardião Gottardi caiu sozinho após saída a um cruzamento e lesionou-se com gravidade, acabando por sair de maca. Com as substituições esgotadas, a baliza da equipa do Marítimo foi entregue ao central Maurício.

Aos 90+4’, Velázquez correspondeu com eficácia nas alturas a um canto marcado por Wilson para selar o apuramento. Nada pôde fazer Maurício. Aliás, Gottardi também não teria conseguido impedir o golo. Mas o brasileiro, que calçou as luvas minutos antes, fez falta na zona onde o cabeceamento foi desferido

O Sp. Braga está na final-four, com alguma felicidade. Já o Marítimo mostrou que foi a melhor equipa em campo, mas terá pecado pela forma como abordou o jogo, ao que tudo indica, a pensar no que se estava a passar com o Rio Ave.

Já no final da partida, Fransérgio foi expulso por palavras.

Os minhotos vão agora encontrar o Vitória de Setúbal nas meias-finais.