Carlos Xistra, árbitro da final da Taça da Liga entre Benfica e Marítimo, esteve na sala de imprensa do Estádio Cidade de Coimbra, para fazer a antevisão ao encontro desta sexta-feira. O experiente árbitro de Castelo Branco assume que as «expectativas para esta partida são as melhores».

«Vai ser a minha segunda final em dois anos seguidos, depois de ter estado no Jamor no ano passado. Esta temporada fiz o Marítimo por quatro vezes e o Benfica por duas, tendo inclusivamente estado no jogo entre estas equipas no Funchal. As equipas são conhecidas, os jogadores também nos conhecem e aquilo que eu quero ter é uma influência positiva no jogo», referiu Xistra, ele que esteve acompanhado por dois jovens árbitros durante a conferência de imprensa.

Sobre a tecnologia da linha de golo, a introduzir em Portugal nesta final, Carlos Xistra considera-a uma «ajuda», revelando-se um adepto das «novas tecnologias, sempre que melhorarem a verdade desportiva e as arbitragens». No entanto, o árbitro internacional português diz que, se tivesse de escolher, optaria pelos «os árbitros de baliza em detrimento sistema GLT (Goal Line Technology)». Segundo Xistra, «desde que o árbitro de baliza esteja devidamente concentrando e posicionado para ajudar na questão do golo, dificilmente ele não toma uma decisão certa», dando o exemplo de uma situação na qual uma decisão sua de transformar um pontapé de baliza em canto acabou por ser decisiva num jogo.

Nesta conferência de imprensa, Xistra (que irá completar o pleno de arbitragens em finais das principais competições nacionais) mostrou-se ainda a favor das declarações dos árbitros no final dos jogos, frisando contudo que num país como Portugal esse cenário seria complicado.
 
«Sou a favor das declarações dos árbitros no final dos encontros. Mas num país como o nosso não seria fácil. Já se tentou fazer isso e o acolhimento não foi positivo. Por mais que tentássemos explicar, a maioria dos adeptos nunca iria entender. Nesse contexto, não é possível», referiu, pedindo aos jornalistas que comparassem os erros de jogadores e treinadores aos dos árbitros.

«O erro do árbitro tem de se associar ao erro de um jogador ou treinador. Esta semana um jogador fantástico da nossa Liga falhou um golo de baliza aberta. Será que esse erro não é mais grave do que um penálti que só à quinta ou à sexta é que se vê que existe? O agrado que mais nos podem dar é comparar com os erros dos outros intervenientes», considerou o árbitro, de 41 anos.