Jorge Simão, treinador do Sp.Braga, em declarações no Estádio do Algarve após a derrota na final da Taça da Liga, assumiu a responsabilidade.

«O que é que aconteceu para que o Sporting de Braga não conseguisse ganhar? Eu acho que ambos os treinadores tinham previsto uma final decidida em detalhes, num ou outro lance. Devo confessar que, na primeira parte, senti que nós estivemos demasiado racionais. Faltou paixão, faltou entrega, faltou soltarmo-nos. Parecia que as emoções nos toldaram os movimentos. O Moreirense também pouco se aproximou da nossa baliza, não me recordo de nenhuma situação iminente de golo. E há o lance do penalti. Nem sequer vou entrar por aí, não tive oportunidade de ver o lance e não tenho interesse nenhum em entrar por esse caminho.»

«Na segunda parte, há que realçar a capacidade do Moreirense em nos manter inseguros. Passou a estar em vantagem, aproveitando o espaço enorme nas costas da nossa linha defensiva. E manteve-nos inseguros no nosso ataque, que pretendíamos que fosse maciço. Mas fomos aqui e ali criando situações de golo que nos poderiam permitir empatar, no mínimo, e acredito que, se fizéssemos um golo, nos galvanizaríamos para fazer o segundo. Não conseguimos fazer o golo e o que me resta é felicitar o adversário por esta página brilhante no seu clube. Repare-se que conquista um troféu deixando quem deixou para trás. Acho que esse dado merece ser registado e felicitá-los por isso.»

«Assumo claramente a responsabilidade. Não o digo por ser um chavão ou por achar que o devo dizer. Acho que, olhando para aquilo que foi feito, aquilo que eu fui dizendo e preparando os jogadores, a responsabilidade é minha. Não me custa admiti-lo. É um momento duro para mim, como é óbvio, para os meus jogadores porque vejo as reações normais que tiveram, para os nossos adeptos, que caminharam muitos quilómetros para lutar connosco. Nós batemos no chão, só temos de nos levantar. No futebol, os processos são muito mais rápidos do que na vida. Em qualquer momento dramático, o que há a fazer quando batemos no chão é reerguermo-nos novamente e, se possível, com forças redobradas.»

«[Implementar uma ideia de jogo] É um processo que eu não conseguiria imaginar porque não conhecia os jogadores. Não é nem mais fácil nem mais difícil, não é um processo de crescimento linear. Não vou dizer todos os dias que hoje estamos mais fortes. É um processo com altos e baixos, ainda por cima associado ao facto de jogarmos de três em três dias com a pressão dos resultados. Conseguimos chegar à final da Taça da Liga, foi uma boa campanha do Sporting de Braga na Taça da Liga, é um momento duro não ter ganhado mas temos de seguir, temos de seguir.»