O Sporting e o Marítimo não foram além de um empate sem golos no arranque do Grupo B de uma Taça da Liga que continua longe de corresponder à expectativas em termos qualitativos.

Numa altura em que o calendário preenchido aconselha a uma gestão inteligente do plantel, Jorge Jesus mudou nove peças em relação ao encontro do fim de semana com o Tondela: o técnico dos leões estreou Salin e Mattheus Oliveira e preservou apenas Alan Ruiz e Iuri Medeiros no onze.

Grãos na engrenagem de um leão que só a espaços conseguiu imprimir ao jogo a mudança necessária para provocar os desequilíbrios necessários para forçar o conjunto visitante ao erro.

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Mérito para um Marítimo sempre fiel aos princípios de Daniel Ramos, que também não apresentou em Alvalade o onze habitual: estreou Dráusio, apresentou Amir no lugar de Charles. No total, foram oito as alterações promovidas pelo treinador do emblema insular que, ainda assim, não destoou de tantos outros jogos. Solidez defensiva e pragmatismo levado ao extremo, embora hoje sem o habitual cinismo no contragolpe que lhe vai valendo até agora um notável terceiro lugar no campeonato.

Ainda que aos soluços, o Sporting terá feito o suficiente para justificar uma entrada com o pé direito na Taça da Liga. Petrovic atirou à trave num canto e Doumbia, a referência ofensiva dos leões na ausência de Bas Dost, esteve perto do golo uma mão-cheia de vezes. Dinâmico e incansável, o costa-marfinense foi quem mais procurou desmontar a muralha madeirense.

O Sporting entrou em campo montado no sistema habitual: um 4x4x2 que se revelou pouco eficaz e obrigou ao deslocamento de Bruno César da esquerda para o centro ainda na primeira parte. Sem resultados práticos.

Depois de uma primeira parte morna e na qual foi tendencialmente previsível, o leão entrou mais intenso no segundo tempo. No espaço de 2 minutos, os homens de Jorge Jesus estiveram perto do golo duas vezes: primeiro numa rosca de Gamboa que quase traía Amir; depois por Doumbia, elemento sempre presente no melhor do Sporting nos 90 minutos.

É legítimo fazer também a leitura de que Jorge Jesus olha para esta competição com uma certa dose de menosprezo. Prioridade que se entendem quando há tanto em jogo em outros tabuleiros. Mas é abusivo pensar que o treinador do Sporting nunca teve em mente a vitória: mostrou-o quando lançou Acuña e Podence de uma assentada aos 10 minutos da etapa complementar.

Na última meia hora, o leão não foi o mesmo que tem sido vezes sem conta neste arranque de época, mas os decibéis do rugido ouviram mais alto, paralelamente à impaciência dos adeptos, que cobraram à equipa a natural exigência de vencer.

O Sporting terminou o jogo instalado no meio campo adversário – as estatísticas não mentem – mas faltou-lhe a magia habitual. Ora por incapacidade dos intérpretes ora pelo engate do iraniano Amir, quase sempre imaculado na baliza de um aplicado Marítimo.