Bons auspícios para o F.C. Porto. Ano Novo, exibição competente e passo em frente no objectivo-Taça de Portugal. Superioridade robusta, segura e incontestável na vitória frente à Oliveirense. Um Raul Meireles em grande forma colocou a primeira pedra no marcador. Marcador esse ampliado, mais tarde, por Rolando.
FICHA DE JOGO
O que ganhou Jesualdo Ferreira nesta partida? Além do evidente (o bilhete para a próxima eliminatória), mais duas ou três coisas: antes de mais, a confiança que batera de queixos no relvado do Estádio da Luz; depois, a reabilitação de um avançado (Orlando Sá) que já não competia há sete meses; finalmente, a harmonia na mecanização entre médios/extremos e ponta-de-lança. No 4x3x3 do dragão, é essencial que tal aconteça.
A noite em Águeda foi, de facto, generosa com o F.C. Porto. A fome de competição, a necessidade de corrigir o desaire contra o Benfica e a obrigação profissional fizeram o resto. Com naturalidade, acrescente-se. Os azuis e brancos tiveram picos altíssimos no gráfico exibicional.
Raul e Belluschi compensam Fernando
O relvado pesado, ondulante, traiçoeiro, impôs o recurso ao futebol directo. Neste aspecto, foi mais pragmático o F.C. Porto. Raul Meireles e Belluschi esconderam o período menos bom de Fernando (a única má notícia para Jesualdo), foram capazes de transportar jogo e municiar as unidade da frente de batalha.
Os «destaques» da partida
Orlando Sá ainda está muito distante do que pode e deve fazer, mas foi uma referência importante, principalmente na forma como arrastou marcações e criou espaços. Varela e Rodríguez, endiabrados, completaram o trio da frente. Inúmeras chegadas à linha de fundo e cruzamentos para todos os gostos.
O golo de Raul Meireles, mesmo em cima do intervalo, condicionou a estratégia da Oliveirense na segunda parte e deixou o F.C. Porto mais à-vontade. O atrevimento dos anfitriões sofreu nesse instante um rude golpe. A partir daí, a partida deixou em definitivo de ter dois sentidos.
Orlando desperdiça a confiança de Jesualdo
Na etapa complementar o tetracampeão sentiu-se tão confortável que esteve quase a deixar-se inebriar pela superioridade. Fez o segundo golo por Rolando, no seguimento de um cabecamento ao poste de Bruno Alves, mas deixou muitos mais por marcar.
Jesualdo fala sobre Orlando Sá
Orlando Sá, por exemplo, desperdiçou um bilhete de confiança entregue em mão por Jesualdo Ferreira. Apontou de forma deficiente uma grande penalidade e atirou a recarga do lance ao ridículo. As pernas pesadas e a obrigação de não errar comprometeram o jovem ponta-de-lança.
Resta dizer, por fim, que a Oliveirense teve as suas oportunidades na primeira parte, mas pagou bem caro a afronta de jogar olhos nos olhos com o F.C. Porto. Sai, ainda assim, de cabeça levantada e com boa imagem da Taça de Portugal.
O F.C. Porto vai ao Restelo na próxima fase da competição.