Pela terceira época consecutiva, o Rio Ave chega às meias finais da Taça de Portugal. Pelo caminho, fica um Estoril sem força e sem brilho.

Foi sem espinhas. O Rio Ave controlou o jogo de início ao fim, marcou, e não deixou ao Estoril grande espaço de manobra, menos ainda oportunidade de criar perigo junto da baliza de Cássio. Fabiano Soares já tinha atribuído o favoritismo ao Rio Ave, mas disse que a sua equipa ia a Vila do Conde tentar surpreender. A única surpresa terá sido a pouca resistência oferecida à vitória dos homens da casa.
 
Ambos os técnicos mexeram na equipa. Com jogos ao fim de semana e a meio da semana é importante ir gerindo alguns jogadores. Pedro Martins apresentou um onze muito próximo daquele que foi ao Dragão empatar há dias com o FC Porto. E deu a titularidade ao reforço Zé Paulo.
 
Fabiano Soares mexeu na defesa. Deixou Mano e Diakhite no banco. Fez recuar Diogo Amado para central e entrar Kakuba para a esquerda. Este último teve uma tarde de muito trabalho e mostrou-se, por várias vezes, incapaz de travar Ukra, que investia constantemente em arrancadas rápidas para a área.
 
Mas nem só na defesa moravam os males do Estoril. O meio campo mostrou-se frágil perante um Rio Ave que se mostrava sólido nesse setor, pouco perdulário nos passes e eficaz nas recuperações de bola e transições ofensivas.
 
Ukra, sobretudo ele, ia subindo e servindo com cruzamentos quem conseguisse aparecer na área. E o golo não tardaria a chegar. Logo aos 6 minutos, um desses cruzamentos encontro Tarantini que sobe na área para cabecear para o fundo da baliza de Kieszek.
 
O capitão do Rio Ave abriu o caminho para a vitória e a bola continuou a rondar a baliza. Yazalde atirou à malha lateral. Zé Paulo seguiu-lhe o exemplo. Ukra, de frente para Kieszek, viu o guardião negar-lhe o golo com uma grande defesa com os pés.
 
Do outro lado, Cássio era quase espectador. Poucas vezes o Estoril conseguiu chegar junto à área do Rio Ave e, quando o fez, a defesa e o guardião resolveram sem dificuldades.
 
Fabiano Soares mexeu na equipa ao intervalo. Tirou o jovem Felipe Augusto, fazendo entrar Chaparro, que logo a seguir apareceu na área, mas não conseguiu o remate. Mendy rematou para a defesa de Cássio e Bonatini atirou ao lado.
Em cinco minutos o Estoril criou mais perigo do que durante toda a primeira parte. Mas o Rio Ave estava em dia sim e soube responder bem à pressão. Em vez de se fechar a defender, saiu para o ataque e aumentou a vantagem. Aos 53 minutos, Krovinovic a receber à entrada da área, a trabalhar muito bem, e a rematar cruzado para o 2-0.
 
Depois do 2-0, o Estoril não conseguiu reagir mais, e o Rio Ave só não marcava mais porque já havia tranquilidade para remates de muito longe, «a ver se dava». Ainda houve tempo para Edimar fazer o terceiro num excelente trabalho individual.
 
Nas bancadas pedia-se Rio Ave no Jamor e a equipa mostra-se com muita vontade de o conseguir. Já só falta um obstáculo.