A Taça madrugou em Condeixa e trouxe o S. Pedro para assistir. Manhã chuvosa no Centro do país e duas equipas em campo em busca da glória na Prova Rainha do futebol português.

Condeixa e Rio Ave na 3ª Eliminatória, duelo inédito na história dos dois clubes, pelo menos em oficial. Para a deslocação a Condeixa, Carlos Carvalhal optou por fazer algumas poupanças e montou a equipa assente num modelo de 3x4x3, com Borevkovic, Nélson Monte e Matheus Reis a ocuparem a zona mais recuada do campo.

A equipa da casa alinhou num já habitual 4x4x2m, com bloco baixo e a apostar nas saídas rápidas para o ataque, tentando aproveitar algum deslize da formação vila-condense.

No sintético do Municipal de Condeixa foi a equipa da casa quem entrou disposta a fazer uma gracinha, mas esbarrou num adversário bem montado. O mesmo se verificou do outro lado, com o Rio Ave a não conseguir encontrar de maneira alguma os espaços necessários para chegar com perigo à baliza condeixense.

Não foi prenda de Natal, ia sendo a de Reis

Aos 24 minutos, Rui Pereira calvaga pela defesa do Rio Ave adentro e é travado em falta por Matheus Reis. O lance era de perigo iminente e talvez por isso o árbitro tenha-se decidido pela expulsão do defesa rio avista. Embora tenha deixado algumas dúvidas, Iancu Vasílica entendeu exibir o vermelho direto ao brasileiro.

Do lance (livre direto frontal) não resultou perigo, mas marcou claramente um ponto de inversão nas expectativas para o jogo, com o Condeixa a ganhar mais crença de que podia fazer Taça frente aos seus adeptos.

O Rio Ave, mesmo em desvantagem numérica, chegou-se à frente aqui e ali, mas quase sempre sem perigo, exceção feita a um livre de Nuno Santos que por pouco não surpreendia Vítor Nogueira, o guardião condeixense.

Ao intervalo a vida não corria bem aos homens de Vila do Conde e adivinhavam-se mexidas. Carvalhal quis claramente evitar surpresas e colocou os nomes fortes em campo. Diego Lopes e Mehdi foram a jogo e aportaram desde logo maior assertividade no ataque, obrigando o Condeixa a adotar de novo uma estratégia mais cautelosa.

Apesar de trocar bem a bola, a equipa do Campeonato de Portugal nunca foi capaz de infligir verdadeiro perigo ao Rio Ave durante o segundo tempo. Antes, optou pelas saídas rápidas, por forma a não destapar demasiado a defesa. Afinal de contas estava em vantagem numérica e não podia desperdiçar esse trunfo.

Taça é Taça e vice-versa

E quem diz que os golpes na Taça são coisa para os clubes mais pequenos apenas, enganou-se. Este jogo mostrou precisamente o contrário. Se é verdade que o Rio Ave foi claramente superior ao Condeixa na segunda parte, foi com a adrenalina nos picos que o Condeixa acabou por consentir o golo dos visitantes.

Aos 74 minutos, o Condeixa criou a melhor oportunidade do encontro, Didi a cruzar a bola e a ver Nélson Monte quase introduzi-la na própria baliza. Valeu o poste a negar a primeira investida e o pouco acerto de Rui Pereira na altura da recarga.

O público nas bancadas ainda tinha as mãos na cabeça quando viram o Rio Ave, na resposta, a chegar ao golo. Carlos Mané intercetou a bola no meio-campo, correu por ali fora e cruzou para Nuno Santos que, no coração da área, só teve de desviar para o fundo da baliza.

Até ao final do encontro houve um par de boas oportunidades, uma para cada lado, mas o resultado permaneceu inalterado.

Taça é Taça e vice-versa, desta vez foi o Condeixa a sentir aquele amargo que tantos outros já sentiram. Estiveram a um poste de distância de poder dar uma alegria às suas gentes. Como resposta provaram o sabor da Taça.

FILME DO JOGO

Triunfo justo do Rio Ave, que acabou por ser a melhor equipa no conjunto dos noventa minutos, mas o Condeixa deixou uma boa imagem e despediu-se sob os aplausos dos seus.

FICHA DE JOGO

CONDEIXA (4x4x2): Vítor Nogueira; Tony Silva, Wilson Fernandes, Hugo Ribeiro e Mateus Lima; David Teles, Ailton Tavares, Léo Teixeira e Suraj; André Jorge e Rui Pereira

SUPLENTES UTILIZADOS: Didi, Juan Leite e João Olavo.

SUPLENTES NÃO UTILIZADOS: Tiago, Mauro, Paulo Matos, Jaisen Cliford

TREINADOR: Pedro Ilharco

RIO AVE (3x4x3): Paulo Vítor; Nélson Monte, Borevkovic e Matheus Reis; Tarantini, Jambor, Piazon e Pedro Amaral; Nuno Santos, Ronan e Carlos Mané.

SUPLENTES UTILIZADOS: Diego Lopes, Mehdi e Junio.

SUPLENTES NÃO UTILIZADOS: Kieszek, Bruno Moreira, Vitó, Messias

TREINADOR: Carlos Carvalhal

DISCIPLINA:

Amarelos: 61’ Rui Pereira (Condeixa), 65’ Léo Teixeira (Condeixa), 80’ Ailton (Condeixa), 84’ e 90+2’João Olavo (Condeixa), 90’ David Teles (Condeixa.

Vermelhos: 24’ Matheus Reis (Rio Ave), 90+2’ João Olavo (Condeixa)