Com uma vantagem de três golos, mas a jogar em casa de um adversário que garantia determinação para virar o resultado, o Sp. Braga entrou em campo no Estádio dos Arcos com uma postura cautelosa. Com um canto ganhou logo nos primeiros instantes, o Rio Ave mostrou ao que vinha no jogo e só tinha olhos para a baliza de Kritsyuk.
 
Mas uma equipa que sobe tanto, tem também que se resguardar atrás, e o Sp. Braga soube aproveitar bem essa fragilidade do Rio Ave. Logo aos 5 minutos, Rafa apareceu na área e cabeceou, obrigando Ederson a uma grande defesa.
 
Os arsenalistas apostavam nas transições rápidas, apanhando o adversário com poucos homens recuados, e Rafa apareceu constantemente demasiado confortável na área. Ederson que o diga, tendo em conta o trabalho que teve, e a mão cheia de boas defesas que fez.
 
Aliás, tirando um cruzamento perigosíssimo de Del Valle para a área, que levou Kritsyuk a atirar-se aos pés de Jebor para evitar o remate, as grandes ocasiões de golo da primeira parte pertenceram ao Sp. Braga, apesar da maior pressão atacante do Rio Ave.
 
Mas também faltava eficácia ao ataque do Sp. Braga. Zé Luís, que tinha feito os três golos da primeira mão, em Braga, não estava nos seus dias. E, como até há males que parecem vir por bem, a sua saída por lesão, levou à entrada de Éder, que, dois minutos depois, viria a fazer o golo que afundou ainda mais o Rio Ave.
 
Pardo bateu um canto para a área, a bola ficou ali a saltar entre vários jogadores, Ederson sai aos pés de um adversário, mas este ainda conseguiu deixar para Éder, que, junto à linha de golo, só teve de empurrar para fazer o 1-0, o golo que deixava os arsenalistas com uma vantagem de quatro tentos.
 
Mas, se há crítica que não se pode apontar ao Rio Ave é de ter baixado os braços. Ao intervalo, Pedro Martins mexeu na equipa. Fez entrar Ukra para o lugar de Marvin, que recuou para a defesa para substituir o lateral Tiago Pinto, que já não regressou dos balneários.
 
A entrada de Ukra para o flanco não tardou a surtir efeito. Um cruzamento milimétrico para a área e Jebor fez um remate à meia volta, que Kritsyuk ainda defendeu, mas depois deixou cair e a bola entrou para fazer o golo do empate no jogo.
 
Tenha sido o golo, a palestra ao intervalo, ou o conforto do adversário que via cada minuto contar a seu favor, a verdade é que, na segunda parte, o Rio Ave mandou no jogo. Jebor, que quase não se viu na primeira parte, apareceu constantemente na área em boa posição para o remate, mas Kritsyuk também estava determinado a apagar a mácula deixada pelo golo, e apareceu sempre no lugar certo.
 
O Rio Ave ainda esteve perto do segundo num remate de Tarantini junto à baliza, que saiu ao lado, numa trivela de Ukra de fora da área, numa bomba de Del Valle que foi ao poste e que Bressan não aproveitou na recarga...
 
Mas o relógio não perdoava, a expulsão de Habib ainda complicou mais as coisas e, na verdade, se a eliminatória não estava completamente sentenciada na primeira mão, Éder encarregou-se de tirar as dúvidas com o golo na primeira parte. 
 
O Sp. Braga junta-se assim ao Sporting na final da Taça de Portugal, no Jamor.