A FIGURA: BAS DOST

Talvez não estivesse no plano A de Jorge Jesus lançar o avançado holandês, mas o técnico dos leões viu-se mesmo forçado a jogar pelo seguro e lançou-o (a ele e a Bruno Fernandes) logo no regresso ao relvado para a segunda parte. Três dias depois dos três golos ao Marítimo, Bas Dost voltou a ser decisivo e apontou o 2-1 final.

 

O MOMENTO: minuto 78, Dost diz «basta» à resistência do adversário

Canto de Acuña, desvio de Battaglia ao primeiro poste para o raio de ação de Bas Dost, que não desperdiçou à boca da baliza. Foi o golpe de misericórdia no Cova da Piedade que, ao contrário do golo inaugural de Bruno Fernandes, já não teve fôlego para reagir na reta da partida.

 

OUTROS DESTAQUES

Daniel Almeida e Lima Pereira: bem sincronizados, apagaram muitos incêndios nesta noite. Naturais dificuldades para controlarem os raides leoninos que se intensificaram na segunda parte com as entradas de Bas Dost e Bruno Fernandes.

Soares: o homem dos equilíbrios do conjunto de Bruno Ribeiro. Partida voluntariosa e taticamente irrepreensível.

Firmino: esteve perto de marcar aos 40 minutos, num remate de pé direito que bateu em cheio na barra de Rui Patrício. Bons apontamentos no processo de construção e disponibilidade física nas missões defensivas, como aconteceu aos 30 minutos quando tirou o pão da boca a Bryan Ruiz quando o costarriquenho se preparava para visar a baliza do Cova da Piedade. Menos influente na etapa complementar.

Adilson: batalha interessante travada com o internacional argentino Marcos Acuña, a quem não deu muito espaço. Algum atrevimento ainda nas ações ofensivas, ainda que sem grande ordem para se libertar, já que os leões canalizaram quase toda a produção de jogo pelo corredor esquerdo. Exibição positiva, mas fica a sensação de que talvez pudesse ter tomado outra decisão na jogada que origina o canto do qual nasce o 2-1 de Bas Dost.

Cléo: bons apontamento, não obstante o facto de estar quase sempre isolado no eixo do ataque. Exímio a jogar de costas para a baliza e a servir os companheiros que vinham de trás. Frieza notável a bater o penálti que levou ao delírio o público afeto ao Cova da Piedade. E como a baliza devia estar pequena naquele momento...

Podence: de longe o elemento mais voluntarioso e esclarecido do Sporting nos primeiros 45 minutos: sempre em movimento à procura de espaços entre as linhas da compacta equipa da margem sul do Tejo.

Bruno Fernandes: lançado para os segundos 45 minutos, não mexeu muito com o jogo, mas ajudou a empurrar o Cova da Piedade para trás. Marcou aos 54 minutos, num remate de pé esquerdo com alguma sorte à mistura. Influente mesmo quando está uns furos abaixo no normal. Sim, é um elogio.