O Sporting cumpriu a obrigação diante do Vilaverdense com um «hat-trick» de Doumbia e segue para os quartos de final da Taça de Portugal. Um jogo que chegou a parecer complicado para os leões que só marcaram o primeiro ao cair do pano da primeira parte, mas que ficou depois muito mais fácil, na segunda parte, particularmente depois da entrada de Gelson Martins que vincou ainda mais a diferença de qualidade entre as duas formações, numa altura em que os temerosos visitantes já tinham perdido a frescura inicial.

Confira a FICHA DO JOGO

Jorge Jesus, com se esperava, apresentou um onze alternativo, mudando quase tudo, da baliza, com Salin, ao ataque com Doumbia, mas ninguém esperava que o leão se deparasse com as dificuldades que encontrou na primeira parte, diante de um Vilaverdense muito bem organizado atrás da linha da bola. Os leões até entraram no jogo com intensidade, encostando desde logo o modesto adversário à sua área, mas os problemas vieram a seguir. O Sporting chegava com facilidade às imediações da área, mas depois era invariavelmente obrigado a recuar para ter espaço para circular a bola.

Mas os primeiros minutos foram enganadores, com um Sporting intenso, a ganhar duelos individuais com facilidade e a destabilizar a defesa vilaverdense. A amostra dos primeiros cinco minutos ditavam que o golo seria apenas uma questão de tempo, mas a verdade é que os minutos foram correndo, com os leões a perderem intensidade e os visitantes a ganharem confiança a cada lance que anulavam.

Doumbia, com uma cabeçada, assinou o primeiro remate do jogo, Iuri Medeiros também experimentou um remate em arco e Bryan Ruiz, na marcação de um livre, atirou por cima da barra. Estes foram os melhores lances de ataque dos leões na primeira meia-hora diante de um adversário que entrou retraído, mas que foi ganhando confiança a partir do momento em que percebeu que, afinal, este leão não era assim tão temível. Com o Sporting a chocar persistentemente contra a parede construída pela equipa de Vila Verde, os visitantes foram arriscando mais e ensaiaram algumas transições rápidas, quase sempre pela direita, com André Soares a obrigar Bruno César a recuar na sua ala. Nesta altura, Petrovic ao lado de Battaglia, parecia um excesso de cautelas, que não permitia ao Sporting atacar com mais gente.

O Sporting chegou a colocar a bola na baliza de Pedro Freitas, na sequência de um canto, com um desvio de um defesa que levou a bola à trave. Doumbia foi com tudo para a recarga, mas terá utilizado o braço para fazer a bola passar a linha fatal. Não valeu. Uma oportunidade perdida numa altura em que o Sporting tinha cada mais dificuldade em chegar à área adversária, com Jorge Jesus visivelmente zangado junto à lateral. Perigo só de bola parada, como a cabeçada de Tobias Figueiredo à barra. Quando parecia que o Vilaverdense ia conseguir resistir ao primeiro assalto, o Sporting chegou finalmente ao golo, no último lance da primeira parte. Cruzamento da direita, Bryan Ruiz desvia, Pedro Freitas ainda defende, mas Doumbia aparece solto para encostar.

Entra Gelson e muda tudo

Uma vantagem que ao intervalo até parecia injusta pelo pouco futebol que o Sporting tinha apresentado, mas a segunda parte seria consideravelmente diferente. Desde logo porque o Vilaverdense já não tinha a frescura da primeira parte, longe disso. Depois porque Jorge Jesus mudou tudo com as entradas de Podence e Gelson Martins. Os leões entraram para a segunda parte com as mesmas dificuldades, mas o jogo mudou do dia para a noite com a entrada de Gelson que na segunda vez que pegou na bola, partiu tudo e serviu Doumbia para o costa-marfinense bisar. Doumbia nem festejou, deixando todos os louros do golo para o jovem extremo.

Estava agora tudo mais fácil para os leões diante de um adversário em nítida quebra, incapaz de travar o novo ímpeto que os suplentes trouxeram ao jogo. O terceiro foi uma questão de tempo, mais uma vez com Gelson no lance e Ristovsky a servir Doumbia para o «hat-trick». Mais uma vez o avançado não festejou, mas a verdade é que nos três golos o costa-marfinense só teve de encostar. Golos que bateram fundo na equipa de Vila Verde que, depois do terceiro golo, baixou definitivamente os braços, entregando a eliminatória.

Os últimos quinze minutos foram totalmente do Sporting e Gelson Martins, a figura deste jogo, teve via verde para reforçar o seu nome na ficha do jogo, batendo Pedro Freitas pela quarta vez na conclusão de mais um lance individual. Impressionante a forma como Gelson mudou o jogo, imprimindo apenas um pouco de mais velocidade.

Um jogo que chegou a parecer complicado para o Sporting, mas que Gelson ajudou a desembrulhar.