Não há dois anos iguais, já se sabe, e ainda que faltem dois jogos para o «réveillon», o Benfica já não terá a possibilidade de repetir em 2015 os quatro títulos internos de 2014. A equipa de Jorge Jesus já se tinha despedido das provas europeias, reergueu-se com uma moralizadora vitória no Dragão mas voltou aos dissabores com o adeus à Taça de Portugal.

Às «águias» resta agora a luta pela revalidação do título, que está em bom andamento, e a Taça da Liga. Para os quartos de final da Taça de Portugal segue um Sp. Braga que em época natalícia acreditou que valia a pena pedir um sonho antigo: a primeira vitória da história na Luz (só tinha um triunfo como visitante frente ao Benfica, e no Estádio Nacional).

Como se não bastasse o discurso pouco lúdico mas nada casual de Jorge Jesus, no lançamento do jogo, a dizer que o árbitro não ia permitir o número de faltas que o Sp. Braga fez no jogo da Liga, este duelo da Taça de Portugal teve polémica bem cedo. Artur Soares Dias errou duplamente ao minuto 12, primeiro ao não ver uma mão de Jardel na área, e depois ao ficar pelo amarelo a Pardo, quando o colombiano impediu Jonas de seguir isolado para a baliza.

A intensidade foi elevada desde início, com duelos cerrados a meio-campo, mas foi preciso esperar pelo minuto 16 para ver a primeira ocasião de perigo. E para o Sp. Braga, com Pardo a rematar forte para defesa de Júlio César.

A sentir dificuldades para ultrapassar a organização defensiva bracarense, o Benfica só criou uma oportunidade clara de golo ao minuto 33, rentabilizando uma perda de bola de Pedro Tiba, na saída para o contra-ataque. Gaitán fez o desarme, Lima tocou para Maxi e este cruzou para o golo de cabeça de Jonas.

O Benfica mostrava uma eficácia ao nível do clássico do Dragão, mas antes do descanso fez por justificar a vantagem, com quatro boas ocasiões, duas delas a remates de Jonas, defendidos por Kritciuk.

O peso da ausência de Enzo

Só que a saída de Enzo Pérez, ao intervalo, acaba por ficar inevitavelmente associada a uma má reentrada do Benfica em campo, aproveitada pelo Sp. Braga para dar a volta ao marcador. O empate surgiu logo ao terceiro minuto da segunda parte, com um falhanço coletivo da defesa benfiquista, sobretudo de André Almeida, ao primeiro poste. Aderlan Santos até teve duas oportunidades para marcar, e à segunda bateu mesmo Júlio César.

O Benfica responde com uma dupla ocasião, com Lima a atirar para defesa de Kritciuk e Jonas a falhar o alvo por pouco, mas ao minuto 58 os «arsenalistas» chegaram à vantagem, com Pardo a arrancar de meio-campo e a aproveitar mais uma falha da defesa benfiquista para marcar.

Jesus arriscou, tirando Cristante e André Almeida para as entradas de Talisca e Derley, mas o Benfica deparou-se com uma exibição bem sólida de Kritciuk. Que o diga Jonas, que travou um duelo bem interessante com o guarda-redes russo, que no total negou-lhe o golo em quatro ocasiões, assumindo-se assim como a figura do encontro.