Demolidor. O FC Porto veio a Lisboa e, em ritmo de passeio, goleou o modesto Lusitano com uma vitória categórica por 6-0 a jogar praticamente em casa, com um Estádio do Restelo pintado de azul. Sérgio Conceição não arriscou muito de início, abrindo apenas espaço para entrada de Dalot no onze inicial, mas depois de garantida a vitória, co um «bis» de Aboubakar na primeira parte, lançou ainda Galeno, Luizão e Jorge. Uma noite perfeita para o FC Porto que ainda conseguiu poupar os habituais titulares para a difícil deslocação a Leipzig.

Confira a FICHA DO JOGO

Sérgio Conceição, como já dissemos, arriscou pouco na estreia na Taça de Portugal, abrindo apenas espaço para as estreias de José Sá na baliza e de Diogo Dalot [estreia absoluta] no lado esquerdo da defesa. De resto, apesar das muitas alterações em relação ao jogo de Alvalade [ficaram apenas Marcano, Brahimi e Aboubakar], o treinador do FC Porto recorreu a jogadores do plantel principal. Foi, portanto, um FC Porto forte que entrou no Restelo, decidido a mandar no jogo, com três unidades móveis sobre o meio-campo – André André, Óliver e Otávio - no apoio ao tridente atacante composto por Hernâni, Aboubakar e Brahimi.

O Lusitano, por seu lado, concentrou-se, numa primeira fase, em fechar bem a sua área, com uma equipa muito compacta na zona central, mas que deixava demasiado espaço sobre as alas. Não surpreendeu por isso que Hernâni fosse um dos protagonistas deste jogo, conseguindo, com o apoio de Ricardo Pereira, imprimir velocidade no corredor direito e, assim, chegar com facilidade à linha de fundo.

A cada arrancada de Hernâni adivinhava-se o primeiro golo do FC Porto que acabou por chegar da zona onde o Lusitano concentrava a maior parte das suas forças. Brahimi encontrou Aboubakar destacado e o camaronês não se fez rogado, com um remate sem hipóteses para Laurentino. Bola ao centro e novo golo do FC Porto, mais uma vez com a finalização mortífera de Abou, desta vez de cabeça, a dizer que sim ao cruzamento açucarado de Dalot. Numa arrancada o jovem lateral justificava a oportunidade que já há muito reclamava, não só nos jogos do FC Porto B e Youth League, mas também no rico percurso nas seleções.

A diferença de ritmos era gritante, com o FC Porto, dono e senhor do jogo, a encher o campo e Óliver quase fez o terceiro, num remate do meio-campo, com Laurentino fora da baliza, que deixou as bancadas em suspense por alguns segundos. Passou ao lado. Dava para tudo e Marcano jogava mais tempo na área do Lusitano do que na própria, também à procura da sua sorte. O Lusitano só conseguiu passar do meio-campo quando o FC Porto levantou o pé, ainda assim só conseguiu criar perigo no último lance a primeira parte, na sequência de um pontapé de canto em que a bola passou pela pequena área sem que ninguém lhe tocasse.

A vez dos mais jovens

A eliminatória tinha ficado praticamente resolvida no «bis» de Aboubakar, portanto a segunda parte, como era previsível, serviu para rodar mais jovens da equipa B e poupar os habituais titulares para a difícil visita a Leipzig para a Liga dos Campeões. E assim foi. Galeno rendeu Brahimi logo a abrir e, nos minutos seguintes, entre os golos que se seguiram, entraram ainda Luzão e Jorge para os lugares de Aboubakar e Marcano.

Alterações que não tiraram força ao FC Porto, pelo contrário. O Lusitano estava a perder gás e os jovens do FC Porto entraram com a mesma vontade que Dalot já tinha demonstrado em mostrar serviço. Marcano fez o 3-0 na sequência de um pontapé de canto e Otávio aumentou a vantagem num lance individual. Já com o resultado a ganhar contornos de goleada, foi a vez dos jovens também mostrarem talento. Galeno fez o 5-0, com algum a sorte diga-se, com a bola a sofrer um desvio num defesa e a trair Laurentino.

O Lusitano estava cada vez mais curto e jogava-se cada vez mais perto na área de Laurentino. Galeno voltou a ter uma oportunidade soberana para marcar e o próprio Luizão também ficou a centímetros de coroar a sua estreia com um golo. Um verdadeiro sufoco ainda com praticamente meia-hora pela frente. Seguiu-se um verdadeiro festival de oportunidades perdidas, com destaque para um remate de Luizão devolvido pela trave.

Já nos instantes finais, Hernâni fechou a contagem na meia-dúzia, com um espetacular remate à «escorpião». Um justo prémio para o extremo, um dos mais ativos em campo, com destaque para uma primeira parte quase perfeita.

Uma noite perfeita para o FC Porto que, praticamente a jogar em casa, arrancou uma vitória fácil, sem desgastar muito os habituais titulares e com espaço para lançar quatro jovens na equipa principal. Sérgio Conceição só pode continuar a sorrir.